Prisão efetiva para quatro dos cinco arguidos julgados por tráfico de droga em Santa Tecla. Foram estas as penas aplicadas esta semana pelo Tribunal de Braga a um casal – e dois colaboradores – que tinha um apartamento, de propriedade camarária, no Bairro Social de Santa Tecla reservado exclusivamente para a venda de haxixe, canábis (resina), heroína e cocaína, a consumidores da cidade.
Com porta blindada e uma salamandra sempre acesa para queimar as drogas, caso a PSP invadisse o local. Ao todo foram cinco os condenados por tráfico.
Rafael Romero (seis anos e seis meses de prisão) e Fernanda Fernandes (cinco anos e oito meses) foram sentenciados pelo crime de tráfico de estupefacientes, conjuntamente com outra mulher, Maria Chaves ( cinco anos e quatro meses), e ainda, Abel Cabreiras, quatro anos e oito meses (também efetivos). Já o arguido Jaime Montolha, foi sentenciado a um ano e seis meses (suspensos por igual período).
O alegado tráfico ocorreu em 2019, por períodos curtos, cerca de um ano, e no caso de alguns arguidos apenas durante poucos meses.
Daí que, o advogado de defesa João Ferreira Araújo, com escritório em Braga, contactado por O MINHO tenha adiantado que vai recorrer do acórdão judicial por considerar que a pena “é desadequada e excessiva face ao crime praticado”, na medida em que – sublinha – “o tráfico foi praticado num período temporal muito reduzido e as quantidades vendidas não vão além da mera sobrevivência”.
Acusação
A acusação dizia que o casal era apoiado pelos três colaboradores, do mesmo bairro, que o ajudavam, lidando diretamente com os toxicodependentes. Por vezes, o tráfico ocorria noutros locais, até porque os dois principais arguidos usufruíam – e ali habitavam – de outro apartamento no bairro.
Para além de vender a consumidores, um dos arguidos foi apanhado na prisão de Braga, depois de ter passado uma placa de haxixe a um homem preso.
A acusação enumera 21 situações em que o grupo foi detetado a operar no bairro. Aquando da detenção foi apanhado ao casal, um total de 275 gramas de haxixe e de heroína.
O julgamento teve 24 testemunhas.