Bombeiros da Póvoa de Lanhoso e GNR juntos para “reforçar cadeia de sobrevivência”

Comandante dos voluntários considera: “Estamos a reforçar a cadeia de sobrevivência”

Os militares da Guarda Nacional Republicana do Destacamento Territorial da Póvoa de Lanhoso estão a receber formação em Suporte Básico de Vida e Desobstrução da Via Aérea por parte dos elementos dos Bombeiros Voluntários daquela vila. O objetivo, segundo o comandante dos bombeiros, António Costa, “é dotar aqueles que são, muitas vezes, os primeiros a chegar junto das vítimas de conhecimentos para poderem intervir”.

Os elementos das autoridades são, muitas vezes, as primeiras pessoas a chegar ao local de um acidente rodoviário, de um incêndio doméstico ou de um acidente com máquinas agrícolas em locais remotos. “Podem ter de ser os primeiros a intervir para salvar uma vida”, reconhece a capitão Joana Batista, comandante do Destacamento Territorial da Póvoa de Lanhoso. 

Comandante dos Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, António Costa. Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

A par com a formação a 30 militares da GNR, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso vai equipar as viaturas da Guarda, do posto da vila, com kits de primeiros socorros e garantir a substituição dos materiais perecíveis periodicamente. Ricardo Vilela, tesoureiro da direção dos bombeiros, reconhece que se trata de um esforço financeiro, contudo, “é algo que se insere na nossa missão de salvar vidas”. 

Capitão Joana Batista, comandante do destcamento da Póvoa de Lanhoso da GNR. Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

O comandante dos BVPL, António Costa, enfermeiro na Viatura de Emergência Médica do Hospital de Braga, ilustra a importância de algum deste equipamento, ás vezes muito simples. “Ainda recentemente uma criança caiu em cima de uma fresa e tinha uma hemorragia grave, quando lá chegamos já teria perdido uns dois litros de sangue e só foi possível parar a hemorragia com um garrote”, conta, mostrando um dos garrotes que passarão a andar nas viaturas da GNR. Antes, o comandante tinha mostrado a importância de uma tesoura, no caso de um vítima de queimaduras, “nunca se tira a roupa, corta-se”, esclareceu.  “No caso dos elementos da Guarda pode ser para ajudar alguém ou para salvar um colega, numa abordagem mais complicada”, reconhece a capitão Joana Batista.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

A oficial responsável pela GNR na Póvoa de Lanhoso reconhece que “felizmente” estes são ensinamentos que já vão sendo dados nos cursos, “da Academia Militar e também na formação de sargentos e praças”. Contudo, ressalva esta oficial da Guarda, “eles fazem a formação e não voltam a renovar os conhecimentos e esse é o problema”.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

É uma questão que António Costa quer ver resolvida com a criação de um centro de formação nos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso. “Por um lado, para fazermos as reciclagens, por outro, para que estes cursos possam ser certificados e para podermos avançar para outras formações”, adianta.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Neste curso estão pelo menos dois elementos de cada posto do Destacamento Territorial da Póvoa de Lanhoso: Amares, Gerês, Vieira do Minho e da própria vila. “Já dei conhecimento ao comandante do Destacamento de Braga que esta é uma situação que pode ser repetida, mesmo ao nível do distrito”, informa a comandante da Guarda povoense. Os dois responsáveis, da GNR e dos bombeiros, não escondem que gostavam que esta fosse “uma semente” para outros protocolos do mesmo tipo por todo o país.

Para o próximo ano, já estão previstas mais duas formações, uma em primeiros socorros e outra em Suporte Básico de Vida com Desfibrilhador Automático Externo. Para que a segunda possa acontecer é necessário, antes, por de pé o centro de formação certificado. “Já há um acordo com a direção da Associação e com a Câmara Municipal e os procedimentos burocráticos já estão a ser tratados, contudo, há também questões relacionadas com as infraestruturas que tem de ser acauteladas para podermos desenvolver esse projeto. Esperamos ao longo do próximo ano dar os primeiros passos”, adiantou António Costa.

Notícia atualizada às 16h37 (12/10) com alteração do título

 
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