A população da freguesia de Delães, em Vila Nova de Famalicão, não está a reagir muito bem à comunicação do pároco publicada no último boletim paroquial. No documento, ao qual O MINHO teve acesso, é lembrado aos paroquianos que devem contribuir até março, com o valor de um dia de trabalho do agregado familiar para o sustento do pároco.
No entanto, não é o pedido de contribuição que está a gerar indignação mas sim algumas das frases usadas pelo Padre João Manuel Antunes e publicadas naquele boletim.
“Só quem está devidamente ‘inscrito’, e com a sua ‘situação em dia’, é considerado pela Paróquia, membro de pleno direito e poderá assim usufruir de todos os bens e serviços. (Espaços – Igreja, Centro Pastoral, Capela Mortuária – Sacramentos, Catequese, Movimentos / Escuteiros, declarações de mais serviços do Pároco)”.
Ou “lembramos ainda, que quem se encontra com o ‘pagamento’ de anos anteriores em atraso, deverá proceder à rápida regularização da sua situação a fim de evitar as ‘coimas’” são alguns dos exemplos.
É verdade que na publicação é referido que “se tal dever lhes resultar impossível, por razões sociais e económicas graves, devem ter a humildade e delicadeza de o justificar junto do Pároco” mas a forma como está escrito é que leva a população a manifestar a sua perplexidade, dado o tom de ameaça.
O caso foi trazido à estampa pela Cidade Hoje que contactando o Padre João Antunes este se recusou a falar porque, “até ao momento nenhum cidadão o procurou para qualquer esclarecimento sobre o boletim paroquial”.
Contactado por O MINHO, um outro pároco não quis analisar o conteúdo do escrito no boletim paroquial mas lembrou que “a contribuição para as despesas do culto e para a sustentação do clero é uma das regras universais da Igreja Católica. Portanto, um católico sabe o que deve e o que não deve cumprir”.