Um agente da PSP ficou ferido durante a destruição dos explosivos e material pirotécnico apreendido em Arcos de Valdevez, tendo sofrido queimaduras de primeiro grau e um hematoma na zona da testa, mas, segundo a PSP, trata-se de ferimentos leves.
“Procedeu-se à destruição de matérias instáveis por parte da UEP, em local isolado e que reunia as condições de segurança para o efeito, onde infelizmente resultou um ferido desta força policial”, sendo ferido leve, informou a PSP de Viana do Castelo.
Tal como O MINHO reportou no próprio local, um antigo campo de futebol, na localidade de Vaqueira, freguesia de Miranda, Arcos de Valdevez, foi o local dos rebentamentos controlados, em condições de segurança, mas o acidente acabou por surgir.
A pronta intervenção de um piquete dos Bombeiros Voluntários dos Arcos de Valdevez, que se mantiveram sempre a enquadrar o trabalho dos agentes da Unidade Especial de Polícia (PSP) foi decisiva, tendo começado por socorrer o agente imediatamente.
Os mais de 250 quilos de explosivos apreendidos pela PSP estavam armazenados em condições de extrema insegurança, nas casas de dois homens, pai e filho, sendo alegadamente este último o principal responsável pelo fabrico artesanal deste material.
As informações recolhidas por O MINHO na aldeia de Vaqueira, num dos pontos mais altos do concelho de Arcos de Valdevez, referem que o pai do principal suspeito, recentemente submetido a uma delicada operação cirúrgica, daria ajuda ao seu filho.
Milhares de explosivos apreendidos
Entretanto, o Comando Distrital da PSP de Viana do Castelo divulgou esta terça-feira o manancial dos milhares de explosivos apreendidos, com peso total de 260 quilos, de vários tipos, nas casas dos dois detidos, pai (64 anos) e filho (35 anos), na aldeia.
Para além dos explosivos, a PSP confiscou também armas de fogo em situação ilegal, designadamente uma espingarda calibre 12 GA e calibre 16 GA e um revólver de .22 LR, bem como duas corrediças, 212 munições de diversos calibres e uma soqueira.
Entre o material apreendido pela PSP, com o apoio da GNR, constam 247 inflamadores, rastilhos e pontas de rastilho com diversos comprimentos, uma máquina de cortar rastilho, três bobines de fio elétrico com 50 cm cada diversas caixas de 25 disparos (caixas chinesas), além de quantidades de Balonas de diversos calibres e trinca fios com derivação de várias medições.
Os agentes policiais confiscaram também um saco de abraçadeiras de serrilha, repuxos pirotécnicos, três detonadores de desmonte não elétrico, uma caixa de junção com 20m de cabo elétrico, murracas, diverso material de escritório e queimadores.
No rol de apreensões avultam também diversas bombetas de vários calibres, cartuchos de enchimento, foguetes de cana, vela de gelamonite, uma cachoeira, 10 caixas de junção, uma grande quantidade de inflamadores/acendedores, um boneco de fogo preso, um motor de foguete vários very light, 14 cartuchos de core, um detonador elétrico, um molho de canas de foguete, bem como vários dispositivos de lançamento de balonas, cabos elétricos, vários petardos, 108 repuxos, diversos dispositivos de fumo, um saco com inflamadores, um pilão (estrutura metálica própria para esmagar carvão), uma galga (utensilio para esmagar e misturar componentes para fabricar produtos explosivos), cordão detonante com 1,5m, um moinho de carvão, uma betoneira e outro material explosivo, perfazendo um valor aproximado de 260 quilos de explosivos, todos em situação ilegal.
Explosivos acondicionados em más condições
No comunicado enviado a O MINHO, “salienta-se o facto de terem sido apreendidos milhares de componentes e matérias utilizadas no fabrico de produtos explosivos e ainda a situação de precariedade das instalações utilizadas no manuseio e fabrico destes produtos altamente perigosos, em localização junto a residências habitacionais”.
No âmbito da Operação Polícia Sempre Presente – Páscoa em Segurança, o Comando Distrital da PSP de Viana do Castelo, desenvolveu a investigação, que culminou numa ação operacional, confiscando explosivos acondicionados em más condições.
Esta ação operacional foi o resultado de uma investigação desenvolvida pela Polícia de Segurança Pública, no âmbito da sua competência reservada nas armas e explosivos, tendo obtido a colaboração do Destacamento da GNR dos Arcos de Valdevez.
A operação de combate ao fabrico e venda ilegal de material explosivo teve o apoio do Departamento de Armas e Explosivos, da Unidade Especial de Polícia (da Força Destacada no Comando Metropolitano do Porto) e da Guarda Nacional Republicana.