Um verdadeiro cocktail explosivo para aumentar os riscos de comorbilidade e mortalidade terá lugar esta quinta-feira, em Portugal, com a chegada de partículas suspensas no ar provenientes do Norte de África. Este fenómeno junta-se ao calor extremo e aos incêndios por ele potenciados, deixando em risco a saúde pública.
Maria Leonor Godinho, médica interna de Saúde Pública do ACES CÁVADO I (Braga), adiantou a O MINHO a previsão de que a região Norte seja influenciada por uma massa de ar com origem no Norte de África, transportando na circulação partículas e poeiras em suspensão, durante a tarde desta quinta-feira.
“Este fenómeno natural afeta a qualidade do ar ambiente, estimando-se que possa contribuir para um aumento das concentrações de partículas em suspensão (PM10) que se poderá manter no dia seguinte”, sexta-feira.
A especialista avisa que o poluente PM10 tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, nomeadamente crianças e idosos e que, por esse motivo, os cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações, apelando a que os grupos de risco permaneçam em casa e evitem abrir janelas
Já a Direção Geral da Saúde recomenda que a população em geral deve evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes”.
Risco de morte por causa do calor extremo
Já o delegado de Saúde de Braga, João Manuel Cruz, alertou, a O MINHO, que esta quinta-feira o concelho de Braga volta a estar em alerta vermelho, de acordo com os níveis do Plano de Contingência para o verão, “prevendo-se efeitos significativos na morbilidade e mortalidade”.
O concelho, recorde-se, deverá atingir máximas de 40ºC nesta quinta-feira, segundo o IPMA, à semelhança do que já aconteceu durante os dois últimos dias
Neste sentido, e no âmbito do Plano de Contingência Saúde Sazonal – Módulo Verão do ACES Cávado I Braga, o especialista deixa um apelo para reforço das medidas de prevenção, já publicadas por O MINHO e que pode consultar aqui.
Incêndios afetam a qualidade do ar
O perigo dos incêndios que têm deflagrado um pouco por todo o país durante este período de canícula não passa só pelos efeitos diretos das chamas, mas também pelos efeitos do fumo, que, face à ausência de vento, se mantém bastante baixo na atmosfera, afetando assim a qualidade do ar, algo que foi visível no dia de hoje um pouco por todo o Alto Minho, face aos fogos de Caminha, Ponte da Barca, Monção e Valença.