Um bombeiro de Terras de Bouro foi condenado a uma pena suspensa de dois anos e meio por ter agredido um pastor, enquanto o seu pai, que por sua vez estaria a ser sovado pelo mesmo pastor, saiu por essa razão absolvido pelo Tribunal Coletivo, Criminal em Braga.
O bombeiro, Martinho João Lopes, de 32 anos, terá ainda de pagar uma indemnização de quatro mil euros à vítima, que acabaria por falecer mais tarde, mas por razões naturais e estranhas à anterior agressão ao pastor, António José Dias, de 68 anos, além das despesas de 2.400 euros, ao Hospital de Braga, devido a tratamentos relacionados com aquela sova.
José Lopes, de 66 anos, pai do bombeiro, foi absolvido, por não se ter provado que bateu ao pastor, no dia 6 de junho de 2013, na aldeia de Padrós, em Chamoim, Terras de Bouro.
Os incidentes estavam relacionados com rivalidades antigas entre as duas famílias e pelas desinteligências quanto ao usufruto repartido de um regadio para a agricultura, mas como foi provado no julgamento, tudo se terá agravado quando durante a vacinação de animais do povo, naquela aldeia geresiana, a mãe do bombeiro e esposa do outro arguido afirmou que teria sido alvo de tentativa de violação, por parte do pastor, António José Dias, pelo que ambos, filho e pai, terão ido “tirar satisfações” quando viram o suspeito com o gado.
O julgamento foi repetido, por decisão da Relação de Guimarães, devido a contradições insanáveis do anterior tribunal coletivo, que considerou haver tentativa de homicídio, mas agora as juízas entenderam que as pauladas, com cajado, são ofensas corporais agravadas.
O advogado do bombeiro, João Nuno Catalão, anunciou que vai recorrer da condenação, explicando a O MINHO que o fará porque “discordamos da matéria dada como provada”.