Declarações após o jogo Farense-SC Braga (1-2), da 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio de São Luís, em Faro:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Nós antevíamos um jogo difícil. O Farense é uma boa equipa, tem bons jogadores, uma boa organização.
Fizemos uma primeira parte muito boa, tendo em conta as dificuldades que o Farense nos criou: fechou-se bem e fechou muito os espaços. Tivemos paciência, circulámos a bola, fomos por fora e entrámos por dentro. Criámos algumas oportunidades de golo e não era fácil, pela forma como o Farense se posicionava. Além do golo, tivemos mais duas ou três situações.
Sentia-se que o Sporting de Braga estava melhor no jogo, anulava bem os contragolpes do Farense e estava relativamente confortável no jogo. Justificava-se estarmos a vencer ao intervalo.
Uma segunda parte diferente: fizemos hoje o 42.º jogo da época e, pela primeira vez, vencemos com uma dose de felicidade. Até ao momento, nunca vencemos nenhum jogo com essa dose de felicidade. Empatámos um jogo em que reconheci que o ponto foi positivo, em Famalicão, e agora esta vitória em que se me oferece dizer que tivemos uma dose de felicidade pela primeira vez esta época para conseguir os três pontos.
Mas, para concluir, não há dose de felicidade sem acreditar, sem buscar aquilo que se conseguiu. Mesmo com o Farense a criar situações de perigo, que o Matheus resolveu e muito bem, nunca deixámos de acreditar que poderíamos fazer golo e procurámos sempre a baliza adversária.
Acabámos por ter essa felicidade, porque também a procurámos, mas reconheço que foram três pontos muito felizes e altamente penalizadores para o Farense.”
Jorge Costa (treinador do Farense): “Acima de tudo, faltou eficácia. Nós jogámos contra um dos ‘grandes’, umas das melhores equipas do nosso campeonato, uma equipa que tem muita qualidade com e sem bola. Acho que foi mais mérito nosso, do que demérito do Sporting de Braga, [a explicar] as escassíssimas oportunidades que o Braga teve para marcar.
Controlámos sempre o jogo com e sem bola, fechámos muito bem os espaços interiores, onde o Braga é fortíssimo, conseguimos sair em transições rápidas e conseguimos criar oportunidades claríssimas de golo.
Em alta competição, principalmente quando defrontamos uma equipa de grande qualidade, quando não és eficaz, normalmente não és feliz no final. Não me vou agarrar à sorte ou ao azar, porque isso vale pouco. A justificação para não levarmos nenhum ponto hoje tem que ver com isso, com a falta de eficácia nas muitas oportunidades que tivemos para marcar e em que devíamos ter sido bem mais letais.
Eu acompanho todos os jogos do campeonato português e não me lembro de ver uma equipa como o Sporting de Braga a conceder tantas oportunidades de golo ao adversário. Tem de ser, obrigatoriamente, mérito nosso.
Estivemos bem organizados, bem compactos, determinados, com coragem, jogando olhos nos olhos, com muita qualidade, mas no final – e com isto quero dizer que não acredito em vitórias morais -, vamos daqui com zero pontos, o que me deixa triste.
Mas não posso ser egoísta ao ponto de não estar contente com o trabalho dos jogadores: deram o máximo, fizeram o que lhes foi pedido e depois a questão da eficácia é um caso à parte”.