“As cidades inteligentes não atraem investimentos atraem talentos”. A frase é do Presidente da Rede de Laboratórios de Políticas Urbanas, Jorge Saraiva e foi proferida no terceiro dos debates do partido Volt, com o nome de Volt às Quintas – uma iniciativa marcada pela vontade de abrir as portas ao diálogo com a sociedade civil da região do Minho e que decorre nas redes sociais.
No debate, em que participaram os membros do Volt, Paulo Freitas do Amaral, Margarida Martins e Paulo Sousa, Jorge Saraiva defendeu a “criação de uma agência de desenvolvimento em Braga, ao invés de uma agência de investimento”, partindo da ideia de que não é “preciso o poder local para desenvolver o conceito”, bastando que “os cidadãos para criar meios de partilha e um ecossistema de entreajuda”.
Aquele especialista em Smart Cities sublinhou, ainda, que o futuro de uma cidade “não depende da dimensão dos seus empreendimentos, mas da qualidade de vida dos seus residentes”.
O debate permitiu esclarecer, tomando Braga como exemplo, que “não nos podemos iludir quanto à cidade de talentos que trabalha para empresas multinacionais que personificam a economia extrativa, subtraindo conhecimento das pessoas locais”, sem criarem riqueza através de impostos que não são pagos nas cidades onde trabalham.
O debate ficou ainda marcado pela necessidade de a cidade de Braga repensar o seu plano de desenvolvimento que assentava em seis ideias de crescimento, das quais o comércio, turismo e cultura, acabaram por ser vítimas da pandemia.
“Braga precisa de desenhar o plano proposto de forma a adaptá-lo às novas realidades. Para tal devemos assumir o óbvio: o progresso da cidade depende das TIC, nearshoring e da engenharia, construção e ambiente como pontas de lança ou motores de progresso”.
“A noção de risco e segurança tomará conta do comportamento dos cidadãos nos próximos tempos como forma de estar em sociedade”, o que para outro dos oradores, Paulo Sousa, especialista em Sistemas Integrados de Gestão e estudioso dos modelos de governação, será uma das marcas do futuro próximo, a par das “exigências de cidadania sobre temas como a saúde e o ambiente”.