Uma alteração ao Plano Diretor Municipal (PDM) de Paredes de Coura, hoje publicada em Diário da República, visa “alargar” o uso de um solar setecentista propriedade do município, permitindo a sua recuperação para fins turísticos, através do programa REVIVE.
“A Casa do Outeiro merece um futuro digno do seu passado. É um símbolo da freguesia de Agualonga e de Paredes de Coura. A sua inclusão no REVIVE dá-nos a oportunidade de captar investimento e gerar dinâmica turística. É uma oportunidade para que o solar setecentista possa reviver, recuperando a sua área e a importância na história do concelho”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da câmara, Vítor Paulo Pereira.
Contactado pela agência Lusa a propósito da publicação, hoje, em Diário da República (DR) da segunda alteração ao PDM, o autarca socialista explicou que aquele procedimento visa alterar o uso do imóvel, propriedade do município, de equipamento de utilização coletiva e infraestruturas, “ampliando” essa utilização para empreendimentos turísticos e instalações, serviços e equipamentos de exploração turística.
“É o último requisito que faltava cumprir para que o imóvel possa integrar o programa REVIVE”, especificou.
O imóvel consta da lista 14 edifícios classificados e propriedade do Estado ou das autarquias locais a recuperar ao abrigo do REVIVE, um programa conjunto dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças, que visa promover a recuperação e a requalificação de imóveis públicos classificados que estão sem uso, através da concessão a privados para exploração para fins turísticos.
De acordo com informação que consta no sítio oficial na Internet do Programa Revive, hoje consultada pela Lusa, a Casa do Outeiro, como é localmente conhecida, é “um solar setecentista enquadrado em meio rural, localizado em Agualonga, que teve como atividade predominante a função agrícola, face à extensão dos dois espigueiros existentes no terreno fronteiro à casa”.
“O solar é uma construção de tipologia seiscentista, ladeada de capela, e que combina modelos de raízes erudita e popular, em que sobressaem os cunhais, cimalhas, molduras e ornamentos em granito”, lê-se na descrição do imóvel.
Segundo aquela publicação, “um dos primeiros proprietários da Casa do Outeiro foi Esteves da Fonseca Martins, a quem se deve a sua construção no século XVIII”.
Mais tarde, a Casa do Outeiro “passou para a propriedade dos Antas, de Rubiães, através do dote de casamento de D. Francisca Rosa Pereira Antas, concedido por seu tio”.
O último proprietário do solar “foi o Visconde de Peso de Melgaço e, na década de oitenta do século passado, o Solar dos Viscondes do Peso foi doado ao município e à diocese”.