O atleta vimaranense, terceiro classificado na maratona dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, foi oitavo na maratona dos Jogos de Tóquio, que se realizou este domingo (era noite em Portugal).
Manuel Mendes enfrentou uma lesão grave no tendão de aquiles, numa altura fulcral da sua preparação. “Em junho, estávamos a meio da preparação específica para esta prova. Foi terrível. O que valeu ao Manel foi o trabalho inexcedível do departamento do Vitória, sem eles não teria sido possível”, comenta Ricardo Ribas.
Para o ex-maratonista olímpico, hoje treinador, “a prestação do Manel vale uma medalha de ouro, não nos podemos esquecer que ele tem 53 anos e que está a competir com homens de 25 a 30 anos”.
Ricardo Ribas lembra que o atletismo adaptado tem evoluído muito e particularmente no escalão de Manuel Mendes. Se o atleta do Vitória SC tivesse batido o seu recorde pessoal teria feito apenas sétimo lugar. Manuel Mendes fez 2h45’11’’, melhor que os 2h49’ que tinha feito Rio de Janeiro, provando que, entretanto, a idade foi avançando, mas o trabalho continuou a dar frutos. “A questão é que o escalão evoluiu muito, com atletas mais jovens a aparecerem”, explica Ricardo Ribas.
O atleta chinês que venceu a prova fez 2h25’50’’ e o medalha de bronze parou o cronometro nas 2h29’33’’, menos dez minutos que o tempo que deu a medalha de bronze a Manuel Mendes no Rio.
“Foi uma grande prestação e o Manel terminou com a medalha de ouro dele na boca. A chupeta do Tomás que lhe deu força para enfrentar a dura preparação que teve que fazer para chegar a este resultado”, afirma o treinador do atleta que trouxe a primeira medalha olímpica para Guimarães.