O presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas da Abelheira (APEEAEA) disse hoje ter “esperança” de que as “obras de requalificação profunda” no edifício construído em 1990 arranquem no próximo ano.
César Brito, que falava à agência Lusa, no final da reunião de câmara, após a entrega ao executivo municipal de um dossiê sobre o estado em que se encontra a escola sede do agrupamento da Abelheira, com 600 alunos, manifestou-se com “esperança” de que a intervenção arranque no próximo ano.
O responsável, que hoje usou da palavra no período aberto ao público, no final da reunião ordinária do executivo municipal, referiu ser “fundamental que a autarquia comece já a trabalhar no projeto”, por saber que este tipo de procedimentos “pode demorar vários meses”.
“Sei que estas obras custam dinheiro e não se fazem de uma hora para a outra, mas todo e qualquer atraso, agora, se torna inadmissível. Sei que vai ser preciso gastar ali alguns milhões, não estamos a falar de pequenas obras de recuperação, mas de uma intervenção estrutural”, disse.
Hoje, ao executivo municipal de maioria socialista, liderado por Luís Nobre, o antigo vereador do PSD no mandato autárquico do também socialista Defensor Moura disse que os pais “querem fazer grandes revoluções e ações de protesto mais veementes” contra a falta de obras no estabelecimento de ensino, mas que tem refreado os ânimos, garantindo que a autarquia “é composta por pessoas de bem e conscientes do estado em que a escola está”.
“Nas últimas semanas recebemos informações animadoras, de contactos regulares de equipa de técnicos da autarquia com o diretor do agrupamento. Prometi aos pais que entre dezembro e janeiro faria uma reunião geral de pais do agrupamento para fazer um ponto de situação”, referiu durante a sua intervenção.
César Brito entregou “um dossiê completo sobre o estado da escola, com documentos oficiais de várias entidades, entre elas da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) que fez uma inspeção de segurança e salubridade e que detetou que os níveis de dióxido de carbono são, absolutamente, superiores do que seria suportável”.
“O que é óbvio. Estamos a falar de salas pequenas, com alunos a mais. O que pedimos é equidade. No mesmo município não podemos ter escolas de primeira, segunda e até, neste caso, de terceira. É também uma questão de dignidade para quem lá trabalha e estuda e, de legalidade, porque a Câmara não pode exigir a um particular que cumpra a lei e aquela escola, de longe, não cumpre a lei”, disse, aludindo ao “manual da Parque Escolar sobre legislação e de referências de boas práticas”, nos estabelecimentos de ensino, que integra o ‘dossier’ entregue.
Na resposta, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, disse ter “consciência do estado da escola” que está “identificada no mapeamento municipal para intervenção”, mas foram atendidas “situações mais urgentes”.
“Têm sido feitas as intervenções para resolver emergências, sem perder o horizonte de uma intervenção mais abrangente”, disse, adiantando que a direção do agrupamento não pode tomar uma “atitude passiva” na gestão “diária” do equipamento, “à espera das obras”, mas antes deve assumir “responsabilidade na manutenção do edifício”, impedindo a sua “degradação”.
Luís Nobre garantiu que “tem existido equidade” na requalificação das escolas do município que “é exemplo nacional pela relevância que sempre deu, e continua a dar, à educação”, apontando três intervenções em curso.
“Os recursos são limitados e houve outras prioridades. A partir do próximo verão é que se pode desenvolver o projeto. Temos de trabalhar a parte mais difícil, que é o financiamento, mas a escola está identificada nas prioridades. Dedicaremos a atenção que, na nossa consciência e, na nossa perceção que o assunto nos merece”, disse, admitindo que a intervenção no edifício com 32 anos possa iniciar-se no final do próximo ano.