O Ministério da Educação e Ciência (MEC) afirmou esta quarta-feira que a constituição de turmas mistas (com alunos do 1ºe 2ºanos de escolaridade), na escola EB1 de Ponte de Lima foi uma opção do próprio agrupamento.
“Foi considerada uma alternativa de fazer só uma turma mista redistribuindo os alunos, mas a Direção do agrupamento decidiu que a situação encontrada seria a mais adequada”, refere o Ministério da Educação e Ciência.
O curto texto do MEC nada adiantou sobre as razões que conduziram a essa opção.
“Foi entendimento da direção do agrupamento dar continuidade às turmas do 2º ano de escolaridade, por razões pedagógicas e de continuidade dos docentes destas turmas, integrando-se, por isso, os alunos matriculados no 1º ano (condicionais) nas turmas atrás referenciadas”, sustentou.
Os pais dos alunos daquela escola anunciaram esta quarta-feira uma manifestação, na sexta-feira, no Porto, à porta da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) por não aceitarem que alunos de diferentes anos de escolaridade estudem na mesma sala.
“As crianças chegam a casa com os trabalhos de casa trocados. Queixam-se de não saber se o professor está a falar para os do primeiro ano ou do segundo. É uma confusão”, explicou o presidente da associação de pais, Miguel Franco.
Além daquele protesto, os pais decidiram “mostrar o seu descontentamento”, na quinta-feira, envergando uma camisola preta, durante a iniciativa “Abraço ao rio Lima”, que assinala, em Ponte de Lima, o Dia Nacional da Água e o Dia Internacional do Idoso.
“As crianças usarão uma fita preta no braço, em sinal de luto, e será colocada uma faixa preta no centro da vila para chamar à atenção para este problema”, explicou, adiantando que os encarregados de educação “estão dispostos” a boicote à mesa de voto da freguesia de Arca – Ponte de Lima, onde está situada a escola, nas eleições legislativas do próximo domingo.
A Câmara de Ponte de Lima (CDS) também se manifestou “descontente” com aquela situação e “demonstrou apoio a toda a comunidade escolar, que tem protestado contra a opção do MEC.”
Em comunicado o município liderado por Victor Mendes lembrou o investimento de mais de 27 milhões de euros na construção de 12 centros educativos, comparticipados por fundos comunitários em mais de 16 milhões de euros.
“Face a esta grande aposta na Educação, consideramos que esta decisão do Ministério da Educação é um retrocesso sem paralelo, uma vez que a constituição de turmas mistas nos vários Centros Educativos prejudica a aprendizagem da generalidade dos alunos, tanto em qualidade como em diversidade”, lê-se naquele comunicado.