Luís, o já ‘famoso’ sem-abrigo alojado numa tenda junto à Pousada da Juventude, em Viana do Castelo, terá um teto em breve.
A informação foi avançada por Zeze Pereira da Silva, um dos quatro elementos que se dirigiram à Segurança Social de Viana do Castelo, esta segunda-feira, para encontrar uma solução para o caso do Luís.
“Os quatro elementos que se deslocaram á Segurança Social, eu próprio, o Joca, o Viana e a Sofia, puderam ouvir, de viva voz, um relato pormenorizado e exaustivo de tudo quanto foi feito no sentido de dotar o Luís de todas as condições para enfrentar o dia a dia com alguma decência e dignidade”, afirmou o mesmo na sua página de facebook.
De acordo com os intervenientes, a equipa da Segurança Social tem tentado ajudar este homem, contudo, os avanços têm sido lentos, a “passo de caracol”, tal como o Luís permite. Apesar disso, apesar de lentos, eles começam a dar sinais de vida.
“O Luís vai receber no final do mês o RSI, com retroatividade. Este subsídio não cai do céu. É o Estado que atribui mas é necessário requerê-lo. Foram os serviços que trataram de todo o processo, pois o Luís não mexeu uma palha nesse propósito, aliás, nem sequer tinha documento de identificação e passou a ter”, afirmou Zeze Pereira da Silva.
No que diz respeito ao novo espaço onde este homem de 56 anos poderá viver, as técnicas da Segurança Social “deram luz verde” para ele escolher um local do seu agrado, de forma a ser criado um contrato com os proprietários, contudo o Luís recusou.
“Ficou a promessa do Luís, em ir com o Joca encontrar o quarto, mais logo. Assim esperamos”.
Esta situação foi tornada pública pelo fotógrafo vianense Joca, quando o mesmo se deparou com a realidade em que este sem-abrigo vivia. Este alerta resultou na evolução favorável da situação, com o aumento significativo de voluntários anónimos a oferecer ajuda, a garantia de duas refeições diárias oferecidas por um restaurante da cidade, a atribuição, anunciada anteriormente, do RSI e a garantia de um novo teto.
De acordo com a Rádio Geice, Luís é natural de Esposende e veio para a cidade vianense por intermédio da Equipa de Rua do GAF, “onde esteve como interno mais de 4 meses”.
“Depois de sair, foi para uma casa abandonada, ainda alugou uma casa onde esteve 4 anos mas não gostou do “mau ambiente”. Depois cortaram-lhe há 3 anos o Rendimento Social de Inserção e, sem dinheiro, acabou por voltar à rua. Já dormia em galinheiros, até assentar arraiais há 3 meses junto à Pousada da Juventude”, descreveu.
Graças ao alerta dado pelo fotógrafo Joca, Luís poderá sair da rua em breve e começar uma nova vida.