A Câmara de Mondim de Basto negou hoje que o seu presidente, vereadores ou qualquer técnico tenham participado numa viagem à Turquia, paga por uma empresa e investigada pelo Ministério Público (MP).
“Não só o presidente não participou na viagem em causa, nem em qualquer outra, a convite de qualquer fornecedor da autarquia, como também nenhum dos vereadores ou qualquer técnico da Câmara Municipal de Mondim de Basto aceitou qualquer convite”, garantiu hoje, em comunicado, a autarquia do distrito de Vila Real, que é liderada pelo socialista Humberto Cerqueira.
O município referiu que “a afirmação é completamente falsa, inaceitável e ofensiva” e adiantou ainda que, até à presente data, “não foi notificado de qualquer ato processual referente a qualquer investigação que esteja a decorrer sobre o referido assunto”.
A reação da Câmara de Mondim de Basto surgiu depois das notícias que deram conta que o Ministério Público (MP) ordenou a investigação a 15 municípios que terão participado numa viagem à Turquia, paga por uma empresa, e que já levou à acusação do presidente e do vice-presidente da Câmara de Penamacor.
O MP acusou do crime de recebimento indevido de vantagem António Luís Beites e Manuel Joaquim Robalo, “dois dos convidados que integraram a comitiva” que, entre 18 e 21 de abril de 2015, “viajou a Istambul de forma gratuita”, com as despesas “totalmente suportadas” pela ‘Ano – Sistemas de Informação e Serviços’, quando “decorriam negociações com alguns dos municípios convidados, com vista à venda/aquisição” de produtos de software que a empresa de informática comercializava, “particularmente com o município de Penamacor”.
Além dos autarcas de Penamacor, distrito de Castelo Branco, o MP sustenta que “foram também convidados e participaram na viagem vários elementos de outros” 15 municípios: Amarante, Amares, Baião, Cabeceiras de Basto, Ferreira do Alentejo, Leiria, Mêda, Mondim de Basto, Marco de Canaveses, Nordeste, Pinhel, Póvoa de Lanhoso, Santa Maria da Feira, Vila Nova de Famalicão e Vizela.