A Associação Mulheres de Braga manifestou-se hoje à porta do Tribunal de Braga, onde começou hoje a ser julgado o homem que, setembro de 2019, matou, com 18 facadas, a ex-mulher Gabriela Monteiro, funcionária do Theatro Circo.
“Somos 18.410 mulheres, estamos aqui por ti Gabriela”, lê-se no cartaz com que as “Mulheres de Braga” marcaram o seu protesto pacífico, na manhã desta segunda-feira, com o objetivo de alertar para a violência doméstica.
O Tribunal de Braga começou hoje a julgar João Paulo Dias Fernandes que está acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio qualificado.
Tribunal começa, segunda-feira, a julgar homem que matou a ex-mulher com 18 facadas em Braga
O MP considerou indiciado que o crime decorreu do facto de o arguido nunca ter aceitado o divórcio, registado em julho de 2019.
Os factos ocorreram em 18 de setembro, pelas 22:00, quando a mulher compareceu na Travessa da Praça da Justiça, em Braga, para se encontrar com o arguido, acedendo ao pedido que este lhe fizera.
Segundo a acusação, no decurso do encontro, o arguido, “que nunca aceitara a separação e tentara sem sucesso o reatamento, iniciou uma discussão com a vítima”, acabando por esfaqueá-la, “pelo menos 18 vezes”, com uma navalha, na cabeça, pescoço, tórax e membro superior esquerdo, matando-a”.
Parede do Tribunal de Braga grafitada com a frase “Fim da imunidade machista”
Após o crime, que ocorreu na praça fronteira ao Tribunal, foi-se entregar numa esquadra da PSP situada a 100 metros do local.
A morte de Gabriela, de 46 anos, que era funcionária no Theatro Circo, em Braga, causou uma grande onde de pesar na cidade, que lhe prestou homenagem, com mais de 500 pessoas em vigília silenciosa às portas do local onde trabalhava, em pleno centro histórico da cidade.