Morreu, este domingo, aos 91 anos, Alfredo de Jesus Oliveira, conhecido por “Rabazolas”, velha glória do Gil Vicente da década de 1950, mas também bombeiro e dinamizador do folclore em Barcelinhos, no concelho de Barcelos.
Defesa central no Atlético de Barcelinhos, fez-se guarda-redes quando num jogo o guardião da equipa não compareceu. As boas exibições levaram à cobiça do Gil Vicente, que logo o recrutou. Quando soube que ia jogar de galo ao peito, estava em Valença a trabalhar em ornamentações. “Meti-me no comboio e fui treinar”, recordava, há onze anos, numa entrevista ao Jornal de Barcelos.
Tinha vindo há pouco da tropa e assinou o contrato sem saber muito bem o que este dizia. “Era tipo carta de alforria, só saía quando o patrão quisesse”, contava, nessa entrevista, ao mesmo autor destas linhas. E apesar do interesse do SC Braga e do FC Porto, com o qual chegou a ir treinar “às escondidas” do Gil Vicente, acabou por ficar em Barcelos quase até ao fim da carreira – jogou até aos 42 anos.
Continou, assim, no Gil Vicente, que lhe arranjou emprego na moagem Vouga. Ao fim do trabalho ia treinar. Com os gilistas subiu dos regionais para a segunda divisão nacional. E a carreira de futebolista terminou-a no Desportivo dos Galos, de Barcelinhos, após passagem de um ano pelo Fão.
Além do futebol e de uma vida inteira de trabalho na Vouga, foi ainda fundador do Rancho Folclórico de Barcelinhos e bombeiro, durante 53 anos, também em Barcelinhos. Foi homenageado com o crachá de ouro da Liga Portuguesa de Bombeiros Voluntários.
O funeral de Alfredo “Rabazolas” realiza-se terça-feira, às 16:00, na Igreja Matriz de Barcelinhos, indo de seguida a sepultar no cemitério local.