Catherine Pereira
Profissional de Comunicação
A participação ativa da mulher moderna no mundo do mercado do trabalho tem levado, inevitavelmente, a uma reorganização estrutural da sociedade, bem como a uma maior consciencialização de que a maternidade e a carreira são papéis perfeitamente conciliáveis.
A ideia errónea de que uma mulher com um projeto de vida familiar tem menos possibilidades de ser uma profissional de sucesso deve ser motivo de debate e discussão, impedindo-se assim que o preconceito e o egoísmo façam parte de uma sociedade que se pretende ser justa e contemporânea.
Efetivamente, a maternidade é um processo evolutivo e em constante construção. Falamos de uma escolha de vida que não pode ser eternamente adiada porque o corpo coloca um “prazo”, estipula um tempo.
De facto, o conflito existente entre a maternidade e a carreira torna-se, muitas vezes, um entrave para projetos de vida que estavam em mente e que, mais tarde, resultarão em sentimentos de dualidade que podem levar a mulher à culpa, angústia e insatisfação.
É por este motivo, e segundo a visão de um contexto familiar equilibrado, que devemos dosear a responsabilidade excessiva que atribuímos à identidade feminina no papel de um projeto familiar, defendendo-se uma estratégia familiar moderna, onde pai e mãe têm o mesmo peso e compromisso.
Na prática, o objetivo é não desvalorizar o projeto de vida pessoal em detrimento da carreira e vice-versa. Encontrar-se o ponto de equilíbrio onde o desafio da maternidade é uma ação conciliadora entre mãe e pai, onde ambos têm a mesma responsabilidade.
A capacidade de entrejauda e diálogo são o caminho para que nenhum dos lados menospreze a importância do outro na sua atividade profissional, determinando-se assim que a maternidade é um papel ainda mais feliz quando todas as áreas da vida se complementam.
Alguns estudos internacionais comprovam que as mulheres que se tornam mães aumentam a sua produtividade e, consequentemente, levam à melhoria dos resultados nas empresas onde trabalham. Possivelmente, a consciência de que há outro Ser sobre a sua responsabilidade incentiva-as a serem cada vez melhores.
Abandone-se, assim, a ideia de que uma mulher que é mãe, mas que continua atenta e focada no seu trabalho é menos mãe por isso. Deixemos as culpas e angústias de lado e percebamos que uma mãe feliz, torna-se uma mãe ainda mais completa.
Respeitar é a palavra de ordem. Respeitar a mulher enquanto elemento fundamental nos múltiplos papéis que esta tem na sociedade; respeitar as suas escolhas, deixando para trás preconceitos que não se adequam a esta era moderna.
Na verdade, ser mãe e continuar a apostar numa carreira de sucesso é um desafio tremendo que deve ser valorizado pelos empregadores da sociedade.
Independência, foco e ambição são também características para uma mulher que se tornou mãe. Na prática, a vida só lhe acrescentou mais um papel…