A Festa do Alvarinho e do Fumeiro levou mais de 50 mil pessoas a Melgaço, no passado fim de semana, e, de acordo com os produtores, gerou um crescimento na faturação na ordem dos 40%, relativamente a 2019, último ano em que o evento tinha decorrido nos moldes habituais, refere a Câmara em comunicado. A autarquia salienta, ainda, que a caixa multibanco instalada no recinto da feira registou levantamentos de cerca de 55 mil euros. “Nestes dias o alojamento no concelho esgotou e a afluência nos restaurantes locais foi elevada”, reforça.
“Embora as espectativas fossem altas, havia sempre receio: era a primeira Festa do Alvarinho e do Fumeiro, nos moldes habituais, após o interregno de dois anos provocado pela pandemia de covid-19 e o primeiro evento sem a obrigatoriedade de utilização da máscara. Havia o risco de as pessoas ainda terem receio em participar, dada a dimensão e habitual afluência de pessoas, tal como os produtores no que respeita às quantidades de produção, mas foi uma das melhores Festas do Alvarinho e do Fumeiro de sempre”, avalia o presidente da Câmara de Melgaço, Manoel Batista. E acrescenta: “Superou todas as nossas expectativas. Registamos a maior enchente de sempre, ultrapassando os 50 mil visitantes esperados e os nossos produtores apontam para um crescimento na faturação na ordem dos 40%”.
“Foi, de facto, um magnífico evento, com um enorme impacto económico para toda a região. Finalmente, voltamos ao nosso pleno, presencialmente, como merecemos. À nossa forma tradicional de fazer a Festa do Alvarinho. Uma palavra de agradecimento a todos os que tornaram possível este evento, especialmente a todos os produtores, pelo empenho e exigência na qualidade, uma característica que faz com que os produtos da nossa região sejam tão apreciados e falados em todo o país, mas também no mundo. É de louvar a sua capacidade para ultrapassar os dias desafiantes que vivemos desde 2020”, afirma o autarca, citado no comunicado.
A Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço começou, em 1995, por se apresentar como uma mostra de produtos locais para as populações locais. Com o passar dos anos, tornou-se numa festa reconhecida a nível nacional. Em 2009 o Turismo de Portugal reconheceu o seu Interesse para o Turismo.
“Não podemos descurar a grande importância deste evento para toda a economia local que, há 27 anos, é impulsionada também através deste evento. Não há exemplo no Alto Minho, nomeadamente nesta fileira do vinho e dos produtos locais, de um certame que tenha o impacto que tem a Festa do Alvarinho e do Fumeiro na economia dos municípios laterais. Até nos vizinhos galegos há grande impacto no alojamento”, realça Manoel Batista.
Ministro na inauguração
“A qualidade dos produtos desta região, e do alvarinho em particular, não tem parado de crescer. Aliás nós vamos assistindo, ano após ano, à premiação dos produtos que aqui se fazem, nomeadamente do alvarinho. Tem atingido uma grande qualidade. Nós precisamos é de ter mais capacidade de produção porque a procura está aí e é importante também sinalizar isso, aquilo que uma região como Melgaço e Monção tem conseguido produzir ao longo dos anos, no alvarinho, no fumeiro, no mel…Nós estamos de facto a conseguir tirar deste território produtos de grande qualidade”, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação na inauguração da Festa do Alvarinho e do Fumeiro.
A 28.ª edição do evento com a participação de 27 produtores de alvarinho, 15 de queijos, fumeiro e produtos locais, quatro tasquinhas e nove instituições e empresas, de diferentes ramos. Juntos, deram a conhecer o potencial da região. O recinto da Festa contou com um total de 55 expositores e uma zona de degustações com capacidade para cerca de 400 pessoas sentadas.
Durante os três dias do evento foi possível assistir a showcookings: três chefes, os estrela Michelin Arnaldo Azevedo e Vitor Matos, e ainda a chefe Cristina Manso Preto, apresentaram propostas gastronómicas com produtos autóctones melgacenses e, claro, harmonizados com alvarinho da sub-região de Monção e Melgaço.
Houve também oportunidade de assistir a três provas comentadas de vinhos, pelo ‘sommelier’ Manuel Moreira, da Revista de Vinhos, que se debruçou nas temáticas: “Todas as ocasiões são boas para espumantes de alvarinho”, “Alvarinho à prova do tempo” e “Os segredos da prova de vinhos”.
Para além da exposição, prova e venda de produtos, decorreu ainda o habitual concurso do Mel, Salpicão, Presunto e Broa de Melgaço, produtos com Indicação Geográfica Protegida (IGP). Houve momentos de animação musical, diurna e noturna e ainda toda uma diversidade de atividades paralelas, de animação turística e desportiva e ainda de enoturismo, que permitiram dar a conhecer Melgaço.