A Federação Distrital de Braga da Juventude Socialista, em colaboração com a concelhia de Vila Nova de Famalicão da JuventudeSocialista e do Partido Socialista e ainda com as estruturas Federativas do PS e das Mulheres Socialistas, organizou, no passado sábado, um encontro de jovens com João Soares, em memória de seu pai, Mário Soares, no âmbito das comemorações do 25 de Abril.
Para os jovens Socialistas, “neste que é o primeiro 25 de Abril desde a morte de Mário Soares, não faria sentido lembrar esta data sem homenagear quem tanto lutou para que este dia fosse um dia marcante na história de Portugal”.
“Hoje celebramos o 25 de abril de uma forma bem diferente. Podia dizer que este ano o 25 de abril nos traz um sentimento de tristeza, de vazio e de inconformismo por termos visto partir um dos pais da democracia, aquele que foi um dos principais lutadores e obreiros da nossa liberdade”, afirmou José Litra, Presidente da Federação Distrital.
Na nota enviada por aquela estrutura, lê-se ainda que “hoje, mais do que nunca, importa, sim, lembrar este dia de uma forma ainda mais querida e tudo aquilo que ele para nós representa com um aspeito mais marcante, nomeadamente os rostos incontornáveis que tanto lutaram para que hoje as gerações mais novas pudessem viver numa sociedade cada vez mais justa e mais democrática”.
“É impossível passar esta data sem recordarmos Mário Soares”, salienta.
Nas palavras do Presidente da Federação Distrital de Braga da JS, Mário Soares é a personalidade política mais importante da história portuguesa da segunda metade do século XX e um dos raros políticos portugueses com dimensão internacional, pelas suas muitas facetas: “combatente, estadista, republicano, socialista, intelectual da ação, cultor de novos rumos, que figurará entre os maiores vultos da nossa Pátria.
“Mário Soares nunca desistiu e com isso deixou-nos a mais importante das lições: não há idade da reforma para os nossos valores. Quando alguns querem escolher apenas partes da biografia de Soares é porque não o compreenderam nem ao seu legado”, disse.
Márcia Nunes, Presidente da Concelhia de Famalicão da JS, classificou Mário Soares como um resistente antifascista e uma figura incontornável da integração europeia de Portugal, que inspira, ainda hoje, milhares de jovens com diferentes ideias políticas a seguirem o seu exemplo de vida, marcada pela luta por uma sociedade menos desigual, mais solidária e atenta aos anseios e desafios das novas gerações.
“Mário Soares deixou-nos um vasto e valioso legado político. O seu papel decisivo na instauração de um regime político democrático-liberal, a sua contribuição determinante para a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, o seu inestimável empenho na superação de graves crises financeiras e a sua ação em prol de uma dimensão social do Estado fazem parte desse legado e suscitam um reconhecimento colectivo vastamente consensual.“, afirmou.
O Presidente da Federação Distrital de Braga do PS, Joaquim Barreto, que também marcou presença neste encontro, disse aos jovens socialistas que se “orgulha de ter tido o privilégio de ter contactado em vida com o Presidente Mário Soares, um homem bom que hoje é difícil de encontrar.
“Este homem merece ser recordado sempre! Há porém um elemento central desse mesmo legado que tem sido um pouco esquecido e que corresponde a uma instituição por ele fundada, que teve e continua a ter uma relevância excepcional na vida pública portuguesa: o Partido Socialista. Sem o PS a nossa história contemporânea teria sido radicalmente diferente. Sobre todos e sobre cada um dos socialistas portugueses fica, por isso, a imensa responsabilidade de saber estar permanentemente à altura do legado deste gigante do Socialismo Democrático, da Democracia e da Liberdade.
No final, José Litra, disse que “não podia terminar a sessão sem recordar a intervenção de Mário Soares no XIX Congresso Nacional da Juventude Socialista, em 2014, aquando da sua distinção como Militante de Honra, onde referiu que gostaria de ser sempre recordado como “um Camarada para todas as lutas”, antes de qualquer outra condição: “Mário Soares será, sempre, para nós, jovens socialistas, um camarada para todas as lutas, em todas as horas. Há pessoas que deviam ser imortais. Na impossibilidade de isso acontecer, guardamo-las eternamente na nossa memória coletiva”.