A Federação Distrital de Braga do PS, marcou para o dia dois de março, eleições internas na seção concelhia de Braga, disse fonte da Comissão Política, liderada por Joaquim Barreto. O ato eleitoral surge após a demissão, a cinco de janeiro, da Comissão Política Concelhia, presidida por Artur Feio.
A fonte revelou que até às eleições, o órgão político será dirigido por uma comissão administrativa, presidida por Fausto Faria e que integra Jorge Cruz e José Silva.
Artur Feio já anunciou que se vai recandidatar ao cargo, a que renunciou para “clarificar a situação” já que a oposição interna, chefiada por Jorge Faria, vinha dizendo que tinha “falta de legitimidade”.
Em 2018, em janeiro, Artur Feio venceu as eleições para a Secção, com 70 por cento dos votos, contra uma lista de apoiantes de António José Seguro, liderada por Jorge Faria.
Faria concorreu sob protesto por entender que a lista de Feio fora admitida ilegalmente a votos, já que não apresentou uma moção política, como é exigido pelos estatutos. Recorreu, de seguida, para a Comissão de Jurisdição Distrital, onde perdeu, e depois para a Jurisdição Nacional do PS, em Lisboa, a qual, quase um ano depois, ainda se encontra, à espera de uma decisão.
A O MINHO Jorge Faria adiantou que se vai reunir com os elementos da sua lista para decidir se apresenta nova candidatura.
Carta a Barreto
Ontem, em carta enviada a Joaquim Barreto, na qual diz: “venho solicitar ao camarada a cópia da minuta da ata da Comissão Política mais rápida da história do PS/Braga (a de 5 de janeiro quando Feio se demitiu) e acesso ao processo que Artur Feio preparou para ser entregue na Federação”. Julgo que essa ata deve acompanhar o processo entregue”.
Peço, também, – prossegue – “cópia da minuta da ata da reunião do secretariado da Federação que levou à marcação de urgência, de uma reunião da Comissão Política Distrital para debate e eventual deliberação sobre a marcação de eleições ou designação de uma comissão administrativa na concelhia de Braga do PS”.
Faria diz que “esta informação é importante para mim e para os eleitos da lista A, porque consideramos que os militantes de Braga, que se preocupam com o PS, não podem estar alheios de qualquer eventual decisão sobre o seu futuro de militante”.
Aborda a reunião da Comissão da Secção do PS de Braga, convocada com carácter de urgência, para o dia 5 de Janeiro, com a seguinte ordem de trabalhos: informações; análise da situação política e outros assuntos. Participamos (os elementos da lista A) como militantes responsáveis, mas “estranhamos que nessa reunião não se tenha cumprido a ordem de trabalhos da convocatória”.
“Em vez se cumprir a ordem de trabalhos da reunião, o camarada Artur Feio, que tem vindo a desempenhar as funções de coordenador concelhio, leu um texto de uma página a dizer que se demitia e com ele, pasme-se, o Secretariado Concelhio, (como se uma coisa não implicasse a outra)”.
Jorge Faria salienta que Feio “também referiu que pediam a demissão a maior parte dos membros da sua putativa lista às eleições de 20 de janeiro, que teve a designação de B, e que já tinha as assinaturas para tal”.
Ora, “e porque não nos foram mostradas essas assinaturas, nem nada escrito sobre o que foi relatado por Artur Feio, desconfiamos da regularidade e verdade do que nos foi transmitido”.
Falta de resposta
E a missiva continua: “procurei obter informação junto do camarada Fausto Farinha, presidente da mesa, por ter sido quem convocou tal reunião e quem anunciou o seu fim, logo que Artur Feio terminou de ler a tal declaração, que durou 5 minutos. Procurava saber o número de assinaturas apresentado e que me fossem mostradas. Fausto Farinha não me soube dar a informação que solicitei e transmitiu-me que a camarada Ana Paula Morais carregava consigo o processo para ser entregue na Federação, por ser esta Vice-presidente”.
Assim, – sublinha – “mantenho o que lhe transmiti no meu contacto telefónico da passada segunda-feira, dia 7 de Janeiro. Estou preocupado com a situação política do PS/Braga e aguardo para ser ouvido sobre o que penso. Note-se que há um pedido de impugnação na CNJ que pende sobre o último ato eleitoral para a concelhia de Braga”.