“Não há adeptos do Malmö hoje?”, ouviu-se, na tarde desta terça-feira, da boca de um bracarense que subia a Rua do Souto. E, sim, há. Mas não são muitos e a cidade não sente a presença como noutros encontros europeus. Vieram cerca de 300 até Braga e o momento da equipa sueca não está para grandes euforias.
O atual campeão sueco atravessa um mau momento. Está fora da luta pelos lugares europeus no campeonato e a campanha na Liga Europa foi desastrosa. Estão em último lugar do grupo com zero pontos. Esta quinta-feira defrontam o SC Braga na 6.ª jornada do Grupo D da Liga Europa, no Estádio Municipal. Um jogo que vai definir o futuro do Braga nas competições europeias, mas o Malmö já disse ‘adeus’ à Europa.
Os adeptos vão chegando às pingas e passam discretos a apreciar as vistas. Sebastian Anderson cruza a Rua do Souto para se juntar aos restantes adeptos da equipa que já estão no café Vianna, na Arcada. O desânimo pela campanha da equipa esta temporada é evidente: “Estamos a ter um ano difícil”. A seu lado, o seu amigo Roger Kroon é mais dramático. “Não estamos tristes, estamos horrificados”, diz o adepto sueco. A seu lado, Kim Ottosson confessa que não já não esperavam “ganhar o grupo”, mas “pelo menos conquistar alguns pontos”.
Apesar disso, basta cruzar para a Arcada para encontrar cerca de uma centena de adeptos escandinavos sentados na esplanada do café Vianna. Aqui os ‘ultras’ bebem cerveja (e algum espumante) sentados na esplanada e até se janta antes do jogo. Se comparados com outros dias europeus, são poucos, mas não deixam de dar ‘show’ com os cânticos a uma só voz.
Lá está Ebbe Gertten, adepto do Malmö e jornalista numa publicação da cidade. Veio a Braga como adepto, porque o jornalismo fica de fora quando se trata de futebol. O fervoroso adepto do Malmö constata que a fraca adesão dos suecos ao jogo em Braga se deve à campanha pobre esta época.
“Somos cerca de 300, não é um número nada bom para o que é costume, mas como estamos tão mal no campeonato e na Europa, e também porque é muito caro… são muitos jogos e, como não conta realmente para nada, os adeptos estabelecem prioridades”, explica Ebbe Gertten, jornalista no Sydsvenskan.
Faz a sua primeira deslocação europeia esta época, depois ter acompanhado a equipa na Liga dos Campeões no passado. Mas o que o traz a Braga, é mais do que futebol. Chegou a Lisboa na segunda-feira e hoje viajou até Braga. “Estamos a beber umas cervejas e amanhã vamos para o Porto”, conta.
Mesmo com a chuva que vai caindo no país por estes dias, Portugal continua a ser um bom destino para um sueco passar férias. “Já viste o tempo na Suécia? Podes vir para Portugal passar férias e ver um jogo da tua equipa favorita”, diz. Sebastian Andersson pensa o mesmo. “É uma boa combinação, ver um bom jogo de futebol e visitar o país pela primeira vez”, acrescenta.
Para lá do prestígio e do encaixe financeiro associado a um bom resultado no jogo desta quinta-feira, pouco há em jogo para os suecos. Contudo, Ebbe Gertten explica a mobilização dos adeptos até Braga mesmo nestas circunstâncias: “Nós apoiamos a nossa equipa e nada mais importa. Não importa se estamos fora das competições europeias, se ganhamos ou estamos na segunda divisão. Nós apoiamos sempre a nossa equipa e se incluir uma viagem até Portugal, ainda melhor”.