A direção da Casa de Caridade da Nossa Senhora da Conceição, reagiu esta tarde à notícia de alegada corrupção, favorecimento e assédio sexual na Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), de Ponte de Lima, denunciada por um grupo de funcionárias, conforme avançado hoje por O MINHO e pelo jornal “Correio da Manhã”.
Num curto comunicado, a Casa de Caridade diz que, “em face das questões que têm sido levantadas no seio da comunicação social, que podem consubstanciar natureza criminal, reserva-se, neste momento e a partir do dia de hoje, a acionar todos os meios legais ao seu dispor para punir as eventuais falsas declarações que sejam proferidas e que ponham em causa [quer] a honra e credibilidade, quer da instituição quer dos seus representantes, que, todos os dias, emprestam com sacrifício e espírito social, o seu tempo à causa desta instituição”.
“As acusações e alaridos que têm sido levantados serão [analisados] pelo nosso departamento jurídico, de imediato, (…) para eventuais apresentações de queixas-crime”, salienta.
As funcionárias, afastadas alegadamente por serem “um perigo iminente à instituição”, dizem estar na posse de documentos que mostram vendas ilícitas de terrenos, com dados ilícitos e parte do valor a ser passado “por baixo da mesa”.
Dizem ainda ter provas de que serviços como fornecimento de frutas e legumes, manutenção da parte mecânica das viaturas de instituição, venda de produtos de higiene e até seguros são todos feitos por familiares de membros da direcção.
“Começamos isto [as denúncias] a partir de setembro”, explicam. “Toda a gente sabe, mas ninguém é capaz de dar a cara”, dizem as funcionárias, que falam em “assédio sexual”, relatando casos de assédio nos postos de trabalho pelo próprio presidente, “ao tentar levar para sítios mais resguardados”.
Os fatos alegados foram participados ao Ministério Público pelo presidente da assembleia-geral da IPSS, Pedro Saraiva, depois das denúncias lhe terem sido apresentadas pelas funcionárias.
“Está agora a correr o processo referido. Se forem constituídos arguidos, tomarei posição enquanto presidente da Assembleia Geral”, disse o também advogado ao O MINHO.