A Inspecção-Geral de Educação e Ciência vai analisar o caso de alegado abuso com uma estudante da Universidade do Minho (UMinho), durante o “Enterro da Gata”, a pedido do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, avançou o ministério, em comunicado.
Citado pelo jornal Público, Manuel Heitor “repudia veementemente” o vídeo com a estudante da Universidade do Minho, filmada seminua.
Para o ministro, todos os envolvidos devem ser co-responsabilizados, “incluindo dos próprios estudantes, das organizações estudantis e dos dirigentes das instituições, para o combate diário ao tipo de práticas mais uma vez reportadas”, para que seja honrada “a integração dos estudantes do ensino superior, (…) um esforço que exige a mobilização colectiva de todos, sem excepção, e que urge garantir e promover as nossas prioridades diárias”.
“Os eventos, celebrações e festas de estudantes devem estimular oportunidades para impulsionar boas práticas de integração dos estudantes com mais cultura e não uma forma de promover a humilhação como tradição académica”, salienta Manuel Heitor, citado pelo jornal.
A Polícia Judiciária de Braga está a investigar o caso. A estudante alegou que não sabia que estava a ser filmada e que não autorizou que o vídeo fosse divulgado.
Numa conversa na rede social Facebook, a que O MINHO teve acesso, um dos presumíveis autores dos vídeos escreve num comentário: “Partilhamos os vídeos todos que temos e vamos presos? (risos) Tenho o que ela diz “filma, filma”.
Segundo fonte da PJ, os autores da partilha podem vir a ser acusados de crime de gravações e fotografias ilícitias.
O “Enterro da Gata” teve início no passado dia 12 e termina esta sexta-feira, dia 19, na Alameda junto ao Estádio Municipal de Braga.
Comunicado na íntegra
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), Manuel Heitor, repudia veementemente os alegados factos e abusos reportados pela comunicação social sobre uma estudante do ensino superior numa das noites da Queima das Fitas na cidade do Porto, assim como o caso que envolve uma estudante da Universidade do Minho, cuja queixa chegou já à Polícia Judiciária por estar a circular na Internet um vídeo no qual aparece seminua na Queima das Fitas na cidade de Braga.
Ambos os casos foram imediatamente relatados à Inspeção Geral de Educação e Ciência para análise detalhada no âmbito das suas funções legais.
Os eventos, celebrações e festas de estudantes devem estimular oportunidades para impulsionar boas práticas de integração dos estudantes com mais cultura e não uma forma de promover a humilhação como tradição académica. O ministro apela, uma vez mais, à responsabilização de todos, incluindo dos próprios estudantes, das organizações estudantis e dos dirigentes das instituições, para o combate diário ao tipo de práticas mais uma vez reportadas, apelando à promoção e reforço de iniciativas que promovam a liberdade e emancipação dos jovens e a sua integração no ensino superior. Apela, sobretudo, a todos os dirigentes académicos e estudantis para que se mobilizem e dignifiquem a integração dos estudantes no ensino superior. Este é um esforço que exige a mobilização coletiva de todos, sem exceção, e que urge garantir e promover nas nossas prioridades diárias.