O presidente da Impetus Portugal – Têxteis, que se prepara para abrir escritório nos Estados Unidos da América em 2016, admite passar a produzir também na América Latina “se um dia” a procura no mercado americano “crescer muito”.
Em Barcelos, à margem de um colóquio dedicado ao Acordo de Comércio e Investimento União Europeia – EUA, que está a ser negociado, Alberto Figueiredo revelou que as futuras instalações da têxtil portuguesa de roupa interior vão ser em Nova Iorque e, contando com campanha de ‘markting’, representarão um investimento de cerca de 700 mil euros.
O responsável pelo grupo com sede em Barqueiros, Barcelos, salientou ainda a importância do acordo que está a ser negociado entre a União Europeia e os Estados Unidos para as empresas portuguesas, nomeadamente na área dos têxteis, ao serem abolidas taxas e direitos alfandegários.
“Estamos já a estudar tudo. Já mandamos uma comitiva aos Estados Unidos, temos já um americano a colaborar connosco no estudo, quanto nos vai custar a estrutura, como a iremos montar, a campanha que temos que fazer em termos de ‘marketing’, no sentido de no próximo ano podermos abrir um escritório nos Estados Unidos”, revelou Alberto Figueiredo.
Questionado sobre se a produção continuará a ser feita em Portugal, o responsável apontou a possibilidade de começar a produzir além-fronteiras.
“Em princípio, a produção continuará a ser cá. Se um dia crescer muito então podemos pensar num país da América Latina”, respondeu.
A abertura de uma representação nos Estados Unidos, para onde a Impetus já exporta 20% da sua produção, terá, segundo o responsável da empresa, um custo superior a meio milhão de euros mas o retorno é esperado com brevidade.
“Para fazer alguma campanha e tudo, entre 500, 600, 700 mil euros. A ideia que nós temos é que entrando o retorno é rápido. Agora também não se pode ir com a ideia de que vamos para o mercado, gastamos ali uns milhões e passados meia dúzia de dias estamos a receber esses milhões”, alertou.
Sobre o acordo que está a ser negociado, Alberto Figueiredo considerou que será “muito importante” para as empresas portuguesas, nomeadamente do setor têxtil.
“Este acordo é muito importante. É como estar no mercado comum, como exportar para Espanha. Quando se exportar assim para os Estados Unidos e não se pagarem direitos, e há produtos que mandámos para lá que pagam 30%, se se entrar lá sem se passar pela alfândega, sem pagar direitos, é como estar no mercado europeu mas muito maior”, considerou.
Alberto Figueiredo deixou ainda uma visão sobre a internacionalização das empresas portuguesas.
“É um mercado muito grande [os EUA]. Podemos entrar com força e investir lá em vez de investir em coisinhas pequenas, em países com baixo poder de compra. Mais vale estar forte num lado do que fraco em muito sítios”, afirmou.
Criada nos inícios dos anos 70, em 1973, a Impetus é hoje um grupo com 12 empresas, cerca de 800 trabalhadores, que produz mais de 40 milhões de peças ao ano e com um volume de negócios anual superior a 40 milhões de euros.