O Hospital de Guimarães tem “um novo projeto inovador de humanização” para doentes com cancro, o qual consiste na realização de tratamentos como imunoterapia, hormonoterapia e terapêuticas de suporte ao domicílio.
Em comunicado, a unidade hospitalar explica que o objetivo é colocar “as necessidades dos doentes no centro da sua atividade promovendo a humanização de cuidados” e “prestar cuidados de forma mais confortável, melhorando assim a qualidade de vida do doente oncológico”.
A equipa da “OncoConsigo” – assim se denomina o projeto – é composta por enfermeiros e médicos do Serviço de Oncologia e por farmacêuticos dedicados a esta área, contando também com o apoio de vários profissionais envolvidos no tratamento dos doentes oncológicos.
Após uma fase inicial de preparação do projeto, em fevereiro será iniciada a domiciliação de cuidados realizados no Hospital de Dia de Oncologia. Em junho serão avaliados os resultados para consolidar evidência de que este projeto acrescenta valor na saúde dos doentes e assim integrar esta tipologia de prestação de cuidados na carteira de serviços do hospital.
Este projeto conta com o apoio de vários parceiros, entre os quais a Liga dos Amigos do Hospital e o Lions Clube de Guimarães.
“Este projeto pretende levar a atividade que desenvolvemos no hospital de dia de oncologia, em ambulatório, à casa do doente. No fundo é: não vamos aumentar aquilo que já fazemos, mas vamos melhorar o tipo de prestação de cuidados ao doente. Acreditamos que podemos fazê-lo de uma forma mais confortável, na casa do doente, caso esteja interessado e veja isso como benéfico para si e para a sua realidade”, explicou à agência Lusa a diretora do Serviço de Oncologia (SO) do Hospital de Guimarães, Camila Coutinho.
“Como serviço, temos uma identidade que vamos desenvolvendo em função das necessidades dos doentes e focando nas necessidades dos doentes. Portanto é: vamos ter consigo, vamos mais perto dos doentes, é muito na linha da humanização dos cuidados. E também OncoConsigo porque, profissionais, doentes e cuidadores juntos conseguem ultrapassar os desafios que esta doença oncológica impõe”, sublinha a diretora do SO do Hospital de Guimarães.
A próxima etapa do projeto passa por ir “para o terreno” com o objetivo de se fazer um levantamento e uma avaliação por parte dos profissionais de saúde.
“Estivemos a delinear o projeto. Agora vamos, numa primeira fase, para o terreno e temos uma prova de conceito para avaliarmos de que recursos necessitamos para tratar quantos doentes. Vamos para o terreno em fevereiro, março, até junho. Em junho vamos avaliar os resultados e, aí sim, mais concretamente, vamos ter a noção de: para tratar este volume de doentes, precisamos deste tipo de recursos”, acrescentou a responsável clínica.
A diretora do SO do Hospital de Guimarães diz que “ainda é cedo” para quantificar os doentes que vão conseguir tratar no domicílio, mas espera que o projeto OncoConsigo possa vir a ser replicado noutras unidades de saúde do país.
“Nesta fase, vamos ter duas manhãs e duas tardes da nossa normal atividade, vamos alocar profissionais a este projeto, mas estamos ainda numa fase de avaliar e de criar evidências na nossa população de que conseguimos efetivamente acrescentar valor, para depois implementar no terreno, e até, quem sabe, outras unidades, poderem também implementar este tipo de prestação de cuidados”, frisou Camila Coutinho.
Notícia atualizada às 14h43 (05/01) com mais informação.