É o apelo que nenhum pai queria ter de fazer, mas Mário Lima não tem alternativa: aos 46 anos, a sua filha Sofia enfrenta um cancro e Mário, confrontado com a falta de comparticipação pública dos tratamentos, lançou um crowdfunding para garantir que a filha tem acesso às melhores respostas.
Sofia vive em Braga com os seus dois filhos. O pai conta na página da sua campanha de angariação de fundos que, há cerca de dois anos, a filha foi diagnosticada com um cancro “potencialmente operável e tratável”. No entanto, exames mais extensivos revelaram “uma situação bastante mais grave, pois já se tinha espalhado, sendo o diagnóstico final um Carcinoma Ductal Invasor, estágio 4, metastizado para o fígado e pulmão esquerdo.”
Com uma esperança de vida calculada em 5 anos, Sofia decidiu lutar. “Algo lhe dizia que não podia ser o fim. Reuniu forças e decidiu que queria viver e que iria fazer tudo para conseguir ultrapassar aquele diagnóstico e a sentença revelada”, explica Mário Lima, adiantando que o caminho escolhido “tem estado a dar alguns bons resultados, como tem sido comprovado com os exames que regularmente vai fazendo no IPO – Porto”.
“No entanto, não sendo estes tratamentos suportados ou financiados pelo SNS [Serviço Nacional de Saúde], obrigam a despender avultados recursos, que apesar de todo o apoio que tem recebido de familiares e amigos, não vão chegando para dar continuidade a tudo o que ainda será necessário fazer”, o que levou Mário Lima a criar uma campanha de angariação de fundos na plataforma GoFundMe.
“Estes tratamentos não podem esperar ou ser interrompidos pelo facto de, numa situação como esta, o tempo ser um fator importante e determinante para a doença se curar ou não. Estima-se que nos próximos 5 anos ou talvez mais, terá de continuar com todo um conjunto de tratamentos para conseguir superar e vencer a doença. E bem ao contrário do que lhe foi sentenciado, acreditamos que vai conseguir.”
“Como pai e ser humano, resta-me apenas dizer que só quem enfrenta um problema destes percebe o quão impotentes e frágeis nos podemos sentir quando confrontados com um problema de saúde desta gravidade, onde querer ajudar não chega, e é preciso acreditar que vamos conseguir, ter determinação nas medidas a tomar e saber pedir ajuda no momento certo”, escreve.