Declarações após o Vizela – Estoril Praia (0-1), jogo da sexta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio do Futebol Clube de Vizela:
Álvaro Pacheco (treinador do Vizela): “Não estivemos ao nível de outros jogos, mas pelo que os meus jogadores fizeram, sem menosprezo ao nosso adversário, merecíamos mais. Tivemos seis ocasiões flagrantes e o Estoril nenhuma. Tivemos 15 remates na área e o Estoril cinco.
Não entrámos da forma que pretendia, mas, mesmo não tendo o domínio que eu queria na primeira parte, tivemos três oportunidades. O Estoril teve mais posse, mas não criou mossa. Na segunda parte, houve só uma equipa que quis ganhar, mesmo com o antijogo do Estoril. Mesmo com menos um jogador, criámos variadíssimas oportunidades. Hoje é daqueles dias em que, se jogássemos até amanhã [terça-feira], não marcávamos. A equipa teve determinação, pena o resultado.
Não critico os meus colegas e a equipa adversária, mas os árbitros têm de ter coragem [para travar o antijogo] como têm com outros clubes. No Estádio da Luz [contra o Benfica], não fiz antijogo, os meus jogadores que caíram foram substituídos, e, aos cinco minutos, já me estavam a chamar a atenção. Senti demasiada pressão, o adversário… Hoje tivemos um antijogo tremendo, em que o guarda-redes excedeu o tempo com bola na mão por vários segundos. Nós, treinadores, temos de melhorar, mas os árbitros são coniventes com o antijogo.
Tenho de pegar naquilo que é factual. O Vizela é claramente superior [no jogo de hoje]. Quero passar uma mensagem aos meus jogadores para estarem tranquilos. Temos é de manter este foco e de melhorar a capacidade para nos mantermos serenos no último terço.
Espero bem que não [o Vizela jogue mais do que pontue]. No ano passado, tínhamos mais golos sofridos por esta altura. Temos uma equipa mais madura, a perceber os momentos. O Estoril marcou numa bola parada. É uma injustiça muito grande este resultado. São cinco jogos sem ganhar, mas o mais importante é atingirmos os nossos objetivos. E vamos atingi-los com mais tranquilidade do que no ano passado.
O Kiko [Bondoso] é um rapaz mágico. Ele subiu do Campeonato de Portugal à I Liga connosco. Em todas as divisões, consegue explanar as suas potencialidades. Chegou tarde à I Liga e vai-se aí manter, porque tem qualidade desportivamente e humanamente”.
Nelson Veríssimo (treinador do Estoril Praia): “Viemos aqui com o objetivo de ganhar o jogo. Temos de perceber que o jogo é dinâmico. Nos momentos em que tivemos de baixar [os jogadores], terminámos o jogo de uma maneira que não queríamos, face à capacidade que tivemos para manter a bola em toda a primeira parte e nos primeiros 15 minutos da segunda.
Quando não demos as soluções [de passe] ao nosso guarda-redes, o Vizela criou uma oportunidade de golo [por Kiko Bondoso]. A equipa intranquilizou-se. Sabíamos que o Vizela, em desvantagem, iria reagir, alavancado pelo seu público. Acabámos sem o controle que tivemos durante o jogo todo. Viemos com o objetivo de vencer o jogo. Quisemos sempre fazê-lo, mas temos de reconhecer que, nos últimos 15 a 20 minutos, não fizemos o que conseguimos no restante jogo, por mérito do Vizela.
Esta equipa é nova, com poucas rotinas. Houve jogadores com dificuldades físicas que quiseram dar o contributo à equipa. Houve duas equipas que quiseram ganhar o jogo. A meu ver, ganhámos com todo o mérito.
Não passámos nenhuma mensagem para ‘queimar’ tempo. Houve jogadores que tiveram dificuldades físicas e quebraram. Fizemos o jogo que tínhamos a fazer. O árbitro, e bem, deu tempo adicional de nove minutos. É soberano. Noutros jogos, vamos sentir que poderia ter dado mais minutos de jogo. Os árbitros têm instruções para compensar o tempo perdido durante o jogo.
Ganhar fora, em ambientes difíceis, como sabíamos que iríamos encontrar em Vizela, tem significado. Mas não podemos deixar de pensar que são mais três pontos. Vínhamos de um jogo em casa com o Sporting, em que não conseguimos pontuar.
[O Erison Danilo] tem muita qualidade. Pode acrescentar muitas coisas à equipa. Chegou há pouco tempo, a um país e a um ambiente diferente. Temos de dar tempo para a sua adaptação. Hoje deixou uma pequena amostra do que pode fazer. É um jogador muito forte de costas, no jogo aéreo, no ataque à profundidade.
O Rosier teve um desconforto muscular [e saiu ao intervalo]. Não era impeditivo para prosseguir na segunda parte, mas não valia a pena correr o risco de o manter”.