Guimarães: Trabalhos em pedreira suspensos por “ameaça” ao rio Ave

A poluição causada pelas pedreiras tem sido apontada como uma das dificuldades que Guimarães tem de ultrapassar para conseguir ser Capital Verde Europeia em 2020.

A laboração de uma das pedreiras de Guimarães foi suspensa parcialmente depois de detetadas “irregularidades ambientais” que podiam gerar “impacto negativo muito grave” no ambiente, nomeadamente no rio Ave, informou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Em comunicado, a APA explica que a paralisação parcial da pedreira Nicolau de Macedo, SA resultou de uma inspeção de várias entidades, depois de “alguns episódios de poluição” detetados nos últimos dias.

A poluição causada pelas pedreiras tem sido apontada como uma das dificuldades que Guimarães tem de ultrapassar para conseguir ser Capital Verde Europeia em 2020, como reconheceu, em março deste ano, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança.

Segundo a APA, foram detetadas “irregularidades ambientais suscetíveis de gerar impacto negativo muito grave no ambiente, nomeadamente no rio Ave, a montante de captações de água para abastecimento público que servem uma população de cerca de 150 mil habitantes dos concelhos de Guimarães e Vizela”.

Assim, as entidades envolvidas “optaram por adotar medidas cautelares que determinaram a suspensão parcial da laboração da pedreira, nas áreas de funcionamento geradoras de efluentes líquidos não tratados”.

À empresa, explica o comunicado, foi pedido que apresente um “plano de ação” que resolva a questão, a ser apreciado pela APA, sendo depois revista a suspensão dos trabalhos na pedreira.

“Em caso de incumprimento das medidas cautelares impostas, a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) determinará o corte de energia à empresa”, adianta o texto.

A cidade berço quer, em 2020, alcançar o título de Cidade Verde Europeia sendo, assim, uma referência ambiental a nível europeu, mas os sucessivos episódios de poluição no rio Ave podem ser um entrave.

“Não nos podemos apresentar a uma candidatura desta importância tendo um rio que persiste poluído. Mas não podemos fazer tudo sozinhos. Estamos a fazer a nossa parte”, tem vindo a salientar Domingos Bragança.

Nesta ação de fiscalização estiveram envolvidas a DGEG, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), a Câmara Municipal de Guimarães e os Serviços de Proteção da Natureza (SEPNA) da GNR.

 
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