O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes garantiu hoje que “há interessados” na aquisição da António Almeida & Filhos – Têxteis, em Guimarães, declarada insolvente dia 14, com um passivo superior a 23 milhões de euros.
“Já havia interessados na compra antes de ser declarada a insolvência e continua a haver. Um dos interessados que me contactou foi o mesmo empresário que ficou com a Coelima [comprada pelo grupo Mabera] em junho”, adiantou à Lusa o presidente daquele entidade sindical, Francisco Vieira, à margem dos plenários de trabalhadores que estão ainda a decorrer.
Sem adiantar “os moldes” em que aquela aquisição pode ser feita, o sindicalista salientou que “os principais objetivos do caderno de encargos” para a venda da António Almeida & Filhos estarão direcionadas para a proteção dos trabalhadores.
“A manutenção dos postos de trabalho e a continuidade da atividade são condições fundamentais para uma venda”, referiu.
Segundo Francisco Vieira, o administrador da insolvência, nomeado pelo Tribunal de Guimarães, Bruno Costa Pereira, pretende “até 15 de agosto colocar nas mãos do comprador o universo António Almeida & filhos”.
O sindicalista garantiu ainda que “não há salários em atraso e há trabalho para fazer”.
“Não se pode dizer que os trabalhadores foram apanhados de surpresa porque já se sabia mais ou menos da situação mas estranharam porque temem que a declaração de insolvência possa afastar interessados. Mas ao que tudo indica isso não está a acontecer com todos”, apontou.
A insolvência da António Almeida & Filhos – Têxteis SA foi declarada dia 14, a pedido da empresa, que atualmente tem mais de 180 trabalhadores e um passivo de mais de 23 milhões de euros e 414 credores.
Localizada em Moreira de Cónegos, Guimarães, a António Almeida & Filhos – Têxteis foi criada em 1956 e opera nos ramos da tecelagem, tinturaria e confeção, tendo sido já considerada uma das maiores empresas do segmento de roupa de cama.
Em 2011, através da fusão com a JMA, criou o grupo MoreTextile, a que pertencia também a Coelima, cuja venda foi aprovada a 25 de junho, após um processo de insolvência.
Segundo o requerimento de insolvência, a maioria dos credores da António Almeida & filhos são fornecedores, sendo o Novo Banco é o maior credor, com 39% da dívida.
A quebra de vendas na sequência da pandemia causada pelo novo coronavírus foi o principal argumento apresentado para o pedido de insolvência.
A assembleia de credores está marcada para dia 27 de agosto, pelas 10.30, no Tribunal de Guimarães.