A subida dos custos da energia tem-se feito notar em todos os setores empresariais de uma forma bastante acentuada, levando a que alguns já estejam a adotar medidas rumo à sustentabilidade energética.
O Grupo Impetus, de Esposende, com pólos naquela cidade e em Barcelos, vai pagar uma fatura de consumo de energia (eletricidade e gás natural) acima do milhão de euros, revelou o seu CEO.
Ricardo Figueiredo disse ao jornal Dinheiro Vivo que ao longo do último ano a fatura da energia passou de 2% nos custos para 46%, isto entre janeiro de 2021 e o mesmo mês, em 2022.
Revelou ainda que, em dezembro de 2021, receberam uma fatura energética acima do milhão de euros, “o que significa que os resultados foram completamente engolidos por estes custos extraordinários no último trimestre”. E isto foi antes do inicio da invasão russa, que também mexe com os custos da energia.
Apesar de ter fechado o ano de 2021 com vendas na ordem dos 42 milhões de euros, mais onze do que no ano anterior – o que denota uma boa evolução -, o grupo está já a investir na sustentabilidade, uma vez que não poderá subir muito os custos da venda do seu produto aos clientes correndo o risco de tornar os preços proibitivos.
Como encerrar não é caminho, até porque os clientes rapidamente podem encontrar respostas noutros países onde a energia é mais barata, a empresa tem “repensado” as horas de funcionamento da tinturaria e dos acabamentos mas, confessa o CEO, o impacto “não é muito significativo”.
Também a linha de crédito aberta pelo Governo, onde 400 milhões de euros estão disponíveis para as empresas, não é vista com bons olhos pelo empresário, porque depois, quando for necessário pagar esse crédito, “vai ser ainda pior”.
Uma das medidas que pretende atenuar a fatura, passa pelo reforço nos painéis fotovoltaicos para autoconsumo, método já utilizado desde 2005. De acordo com o empresário, foi assinado um acordo com um parceiro que irá permitir cobrir cerca de 30% da energia, mas não será solução porque a estimativa dos aumentos na energia comprada varia entre 50% a 60% para 2022.