Hoje foi dia do regresso às aulas para os alunos do ensino público básico e secundário em todo o país, um regresso diferente do habitual onde várias medidas sanitárias foram adotadas para evitar possíveis contágios do novo coronavírus que provoca a doença da covid-19.
Em Melgaço, a Escola Secundária local não foi exceção. Bem cedo, funcionários do Centro Escolar de Melgaço mediam temperaturas aos alunos que iam entrando nas instalações. Também a utilização de máscaras é obrigatória para alunos a partir do 2.º ciclo. Quem não as tivesse, não entrava.
Túnel de desinfeção antes das aulas para afastar coronavírus de Melgaço
Para além do controle de possível febre e utilização de máscaras, aquela escola adotou a utilização de um túnel de desinfeção para uma possível descontaminação do SARS CoV-2, vírus que pode ainda não ter entrado no corpo dos alunos mas que pode estar à espreita nas superfícies, como mochilas, roupa ou até na própria máscara.
Manoel Batista, presidente da Câmara, reforçou que se trata de “um regresso atípico” e “com novas regras”. “É fundamental que todos sigam as medidas, para que seja garantida uma escola em segurança”, vincou.
“A autarquia fará de tudo para este regresso seja em segurança”, acrescentou.
Mais de 1,2 milhões de alunos regressam em todo o país
Os mais de 1,2 milhões de alunos dos 1.º ao 12.º anos estão hoje todos de regresso à escola para mais um ano letivo que começa com novas regras para tentar minimizar os impactos da covid-19.
Ao longo desta semana, alguns estabelecimentos de ensino foram reabrindo, sendo hoje o último dia estabelecido pelo Ministério da Educação (ME) para reiniciar as atividades letivas presenciais.
No total, são mais de 5.300 escolas públicas e cerca de mil privadas que neste novo ano seguem um conjunto de regras definidas pelo ME e pela Direção-Geral da Saúde devido à pandemia de covid-19.
O uso de máscaras é agora obrigatório para todos os funcionários assim como alunos a partir do 2.º ciclo, o distanciamento físico será, sempre que possível, de pelo menos um metro e as escolas têm circuitos de circulação.
Outra das recomendações é a higienização frequente dos espaços, mas para isso, alertam diretores e sindicatos, faltam funcionários.
Do lado do governo, o ministro da Educação voltou a assegurar esta semana que o sistema está preparado para responder aos problemas, nomeadamente a falta de funcionários e docentes.
Tiago Brandão Rodrigues lembrou que há este ano mais 3.300 professores nas escolas, assim como mais 900 técnicos, desde psicólogos a terapeutas da fala.
No entanto, o novo ano letivo é encarado com preocupação pelos docentes com o Sindicato de Todos os Professores (STOP) a convocar uma greve que termina hoje para que os funcionários possam não ir trabalhar caso considerem que não estão garantidas as condições de segurança.
Outro dos problemas prende-se com os trabalhadores que pertencem a grupos de risco, nomeadamente no caso dos professores que criticam não poder recorrer ao teletrabalho, sobrando-lhes apenas a baixa médica.
Tal como os restantes funcionários públicos, tem de meter baixa, recebendo o salário apenas durante os primeiros 30 dias. Depois, as faltas continuam a ser justificadas, mas deixam de receber.
O novo ano letivo é também marcado pelo regresso à RTP Memória das aulas do #EstudoEmCasa, que começa com “revisões” da matéria do ano passado.
À semelhança do que vai acontecer na maioria das salas de aula do país, nas primeiras semanas o canal vai passar apenas conteúdos transmitidos no 3.º período do ano passado, para consolidação das aprendizagens.
Só dentro de um mês, a 19 de outubro, começam a ser transmitidas as novas aulas na RTP Memória.
Outra das soluções encontradas pelo ministério para tentar dar mais tempo aos alunos para recuperar e consolidar aprendizagens do ano passado foi aumentar os dias de aulas e diminuir as férias.
As medidas implementadas pretendem reduzir as hipóteses de ser preciso encerrar um estabelecimento de ensino devido a um surto de covid-19.
Os alunos irão estar agrupados em “bolhas” e caberá aos serviços de saúde decidir o que fazer se surgirem casos positivos de covid-10, sendo que a opção deverá sempre passar por enviar para casa apenas o grupo que esteve em contacto com o doente.
O ensino à distância deverá ser sempre a última opção. No entanto, para que não volte a haver milhares de alunos sem acesso às aulas por falta de equipamentos ou de rede, o ministro garantiu esta semana que até ao final do primeiro período chegarão 100 mil computadores às escolas.