Foi descoberto há pouco mais de duas semanas, mas já foi fotografado a partir de Fafe pelo fotógrafo Miguel Ventura, figura incontornável da astrofotografia em Portugal.
O astrofotógrafo revela que a janela de captura para registar este cometa “é muito curta”, e ainda só foram processadas duas fotos tiradas durante a madrugada, em Várzea Cova, nas serras de Fafe.
Trata-se do Nishimura (C/2023 P1), um cometa de longa distância (assim catalogado por demorar mais de 200 anos a dar uma volta completa ao sol), descoberto em 12 de augusto pelo astrónomo amador Hideo Nishimura. Estima-se que leve 437 anos a dar uma volta completa na sua órbita.
O japonês que o descobriu utilizou uma Canon EOS 6D com lente própria, quando o astro rasgava os céus a uma distância de uma unidade astronómica do Sol. Contudo, o cometa já tinha sido registado em imagens satélite por três vezes, durante o mês de janeiro, e identificado por Robert Weryk.
Segundo a NASA, é possível observar o astro com recurso a binóculos durante os primeiros dias de setembro, um pouco antes do amanhecer. No dia 12 de setembro estará o mais próximo da Terra, pelo que poderá ser uma boa noite para observação. Será difícil – ou quase impossível -, conseguir ver o cometa a olho nu.
Miguel Ventura, por sua vez, explica que este poderá ser, em teoria, o cometa mais brilhante de 2023, mas ainda nada está confirmado.