A australiana Fortescue afirmou hoje que desistiu da prospeção de lítio na zona de Fojo, no Alto Minho, após uma “análise mais aprofundada” do pedido enviado à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento da agência Lusa, a diretora executiva da Fortescue Metals Group, Elizabeth Gaines, explicou que “na sequência de uma análise mais aprofundada” a empresa “avançou com uma revisão das áreas requeridas e alterou uma série de pedidos de acordo com essa análise”, sem especificar as razões para essa revisão.
A responsável da Fortescue Metals Group acrescentou que a empresa “submeteu um conjunto de pedidos de prospeção e pesquisa em Portugal e acompanha atentamente a sua evolução, incluindo a participação no processo de consulta pública”.
“Como empresa líder no setor mineiro, com um conhecimento de extração mineira de excelência a nível mundial e um reconhecimento histórico no que concerne à responsabilidade ambiental e em garantir que as comunidades locais beneficiam com as nossas operações, aguardamos com expectativa o progresso dos nossos pedidos de prospeção e pesquisa em Portugal”.
Desistência de empresa australiana de prospeção de lítio aplaudida no Alto Minho
A Fortescue, que requereu a prospeção de lítio na zona de Fojo, que abrange os concelhos de Monção, Melgaço e Arcos de Valdevez, desistiu desse pedido e comunicou a decisão à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
De acordo com o documento a que a agência Lusa teve hoje acesso, os representantes legais da Fortescue Metals Group Exploration pty em Portugal comunicaram à DGEG a “desistência do pedido e do respetivo procedimento” para a denominada zona de Fojo, no distrito de Viana do Castelo.
No documento, datado de 30 de abril, enviado à divisão de minas, a advogada Joana Silva Aroso “solicita a retirada imediata de toda a informação geoespacial relativa aquele pedido, constante do sistema de informação geográfica da DGEG”.
Em causa está um requerimento para atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais na área denominada Fojo apresentado à DGEG pela empresa australiana Fortescue Metals Group Exploration pty.
O aviso do pedido de prospeção e pesquisa foi publicado em março em Diário da República (DR).
As autarquias dos três municípios abrangidos por aquele pedido apresentaram contestação junto da DGEG, exigindo o indeferimento do requerimento da empresa australiana.
No final de abril, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciou que o Governo vai lançar, até final do ano, oito novos concursos para exploração de lítio em Portugal, garantindo que tais operações não põem em causa a saúde das populações daquelas zonas ou o meio ambiente.
A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.