O exército ucraniano entrou hoje em Kherson, após a retirada das forças russas, e o Ministério da Defesa já pediu ao soldados inimigos para se “renderem imediatamente”.
“Kherson regressou ao controlo ucraniano. Unidades das Forças Armadas ucranianas entraram na cidade”, declarou o Ministério, num comunicado divulgado na rede social Facebook.
O Ministério também pediu aos soldados russos para permanecerem no local e “renderem-se imediatamente”, prometendo “preservar a vida e a segurança” daqueles que o fizerem.
“Os vossos líderes dizem-vos para vestirem roupas civis e tentarem fugir, por conta própria. Evidentemente, não terão sucesso. Qualquer soldado russo que resista será eliminado. Apenas têm uma solução para evitar a morte: renderem-se imediatamente”, prometeu o Governo ucraniano, no comunicado.
A retirada das forças russas ocorre seis semanas depois de o Presidente Vladimir Putin ter anexado a região de Kherson e três outras províncias ucranianas, prometendo que estas regiões permaneceriam russas para sempre.
O Kremlin insiste que a retirada não representa de forma alguma um constrangimento para os planos de Putin e que Moscovo continua a considerar toda a região de Kherson como parte da Rússia.
Hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ainda que a Rússia não se arrepende de ter realizado festividades há pouco mais de um mês para comemorar a anexação de regiões ocupadas ou parcialmente ocupadas da Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas