Declarações dos treinadores após o jogo SC Braga – AEK Atenas (3-0), da primeira jornada do Grupo G da Liga Europa de futebol, disputado em Braga:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Creio que sim [o resultado é justo]. O facto de termos ganhado 3-0 não quer dizer que o jogo tenha sido fácil. Poderíamos ter atingido estes números mais cedo. A cadência de oportunidades foi grande para aquilo que têm sido os jogos do AEK. Já tiveram bastantes ‘clean sheets’ [jogos sem sofrer golos]. É uma equipa que defende com muitos jogadores e não permite transições. Antecipámos que vinham com uma linha de cinco [defesas]. Para a forma como eles jogam, tivemos muitíssimas oportunidades. Tivemos as suficientes para conseguir o resultado mais cedo. Fizemos uma exibição de grande poder.
A grande virtude da nossa equipa, além da paciência na circulação de bola, foi a forma como anulou os canais de saída para o contra-ataque. Isso cansou o adversário. Na segunda parte, tiveram de se abrir um pouco mais. Quando o adversário mudou de sistema e passou a defender com uma linha [de quatro jogadores], tivemos uns momentos de indecisão, mas foi fácil retificar com a entrada do André Horta [para o lugar de Iuri Medeiros].
Hoje, fomos postos à prova num nível altíssimo. A nossa equipa joga no limite do risco, mas sempre num risco controlado. A equipa controlou sempre a perda de bola.
Era uma questão de tempo até o Ricardo Horta e o Paulinho começarem a marcar. De resto, há coisas para melhorar. A equipa ainda tem margem de progressão.
A equipa tem identidade. Gosta de ter bola e tem criado oportunidades. As equipas que têm bola desgastam-se menos do que as que não têm. Estamos preparados para o que aí vem. O que determinámos aqui é que o próximo jogo é sempre o mais importante. E o mais importante é o próximo, no domingo, com o Vitória de Guimarães.
O prazer da equipa jogar deixa-me satisfeito e reforça que estamos no bom caminho. Nunca perdemos o bom caminho, mesmo após [as derrotas] com o FC Porto e o Santa Clara.
Temos os pés bem assentes no chão [relativamente ao futuro]. Se há um ponto que me satisfaz na equipa é a sua humildade. Isso expressa-se na forma como abordou o jogo, mesmo com o 3-0. Eu estava a gritar que era importante não sofrer golos. Conseguimos manter a equipa a ‘zero’. Não há deslumbramento nesta equipa.
Relativamente aos adeptos [que puderam ocupar 7,5% da lotação], vivemos num período de grande dificuldade. Dentro das regras, sempre que possível, é importante as pessoas libertarem-se um pouco e terem acesso a este tipo de espetáculos. Uma das principais funções do desporto é servir de catarse às pessoas. É um escape. Temos de viver dentro das regras, mas as pessoas precisam de acesso a estas coisas, porque senão vai haver mais pessoas com problemas psiquiátricos e até suicídios.
Estavam 2.200 pessoas ao ar livre num estádio com 30.000 pessoas. Não sou especialista em epidemiologia. Sou apenas uma opinião como cidadão de uma sociedade que precisa de continuar a viver”.
Castro (jogador do SC Braga): “Foi uma grande noite para nós. Esta exibição já vem de trás. [Estou] feliz por termos o apoio do público. É uma diferença enorme para nós. Sem adeptos, o futebol não é a mesma coisa. Foi bom termos contado com eles. Foram extraordinários.
Estivemos focados neste jogo. Agora é relaxar e descansar. Depois, o ‘mister’ vai-nos preparar para o próximo jogo. Hoje, vou descansar bem para, no domingo [contra o Vitória de Guimarães], estar ao mais alto nível”.
Massimo Carrera (treinador do AEK Atenas): “Tivemos um jogo muito difícil contra o Braga. Foi uma partida em que sofremos muito. Tivemos as nossas ocasiões, mas o Braga fez três golos notáveis e tirou proveito disso”.