Os antigos potes em ferro estão, de novo, no centro de todas as atenções em Sabariz, no concelho de Vila Verde, já que a população local e das freguesias vizinhas do Vale do Homem trabalham já para que tudo esteja pronto para, no próximo sábado, dia 22, ao final da tarde sirvam a mais de mil pessoas os sabores dos caldos feitos à moda antiga da aldeia.
É a Festa do Caldo do Pote, num serão de sábado que promete muita animação, onde mais de duas dezenas de homens e mulheres vão dedicar-se a confecionar os mais diversos caldos, com os potes em ferro, sobre o lume de diferentes fogueiras a lenha espalhadas por um terraço ao ar livre.
Estão previstos 24 caldos diferentes, estimando-se que venham a ser confecionados cerca de 1.500 litros de caldos à moda antiga, pois não há recurso a aparelhos elétricos e, tal como no tempo das boas cozinheiras deste mundo rural em que não havia varinhas mágicas, a batata cozida, por exemplo, é esmagada à colher.
Os produtos hortícolas são colhidos do campo e oferecidos pelas pessoas da terra que vão estar a preparar os caldos. Couves, repolho, nabos, nabiças e os mais variados feijões, sem esquecer as boas carnes – de vaca, porco ou galinha –, fazem parte do leque de ingredientes.
Os potes de caldo, expostos numa fileira com as respetivas fogueiras e com os vastos ingredientes bem visíveis ao público, assumem tamanhos variados, desde os 100 e 80 litros de capacidade até aos de menor dimensão, como 40 e 30 litros.
A variedade de caldos vai desde o de Pedra ao de Galinha, à Lavrador, de Ossobuco, de Farinha e o de Bacalhau. Além das propostas a apresentar por emigrantes vindos de França, Suíça e Alemanha, a listagem inclui os caldos de Ministros, Rabo de Boi, Feijão do Campo, Feijão Mireinho com Castanhas e o tradicional Caldo Verde, entre outros.
Num ambiente de festa e boa animação popular, todas as pessoas, de diferentes idades, podem provar os caldos que entenderem.
A entrada tem um preço de quatro euros, que inclui a oferta de um ‘kit’ (com oferta de malga, colher e broa) e as pessoas podem comer de todos os caldos que entenderem.
É um desafio para um final de tarde de sábado com muito convívio e recordação da saudável gastronomia campestre do interior minhoto, no recinto da sede da Junta de Freguesia de Sabariz, no centro da localidade, a festa inclui feira de produtos agrícolas e animação popular, afirmaram a O MINHO o presidente da Junta de Freguesia de Sabariz, Fernando Silva, com outro fundador, Mário Fernandes, da Associação Popular de Sabariz e sendo ambos quem desde o início do evento que se tornou um êxito, a têm impulsionado.
Integrada na Rota das Colheitas, promovida pelo Município de Vila Verde, a Festa do Caldo do Pote é organizada pela Junta de Freguesia e pela Associação Popular de Sabariz.
No recinto, que abrirá ao público a partir das 17h00, mas onde os caldos são servidos apenas a partir das 19h00, estão ainda disponíveis pataniscas – confecionadas igualmente sobre lume a lenha.
Forasteiros até da Galiza
É um evento anual de grande mobilização popular, que junta gentes vindas de todo o país e também da Galiza, incentivando a população para a recuperação dos antigos potes de ferro, considerados hoje verdadeiros artigos de luxo, mas que foram deixados quase em desuso por força de alternativas mais cómodas nas cozinhas modernas.
As cozinheiras e cozinheiros vêm das mais diferentes áreas de atividade, desde domésticas, professoras e assistentes sociais, a madeireiros, maquinistas e construtores. São quase todos de Sabariz, a que se juntam também moradores de freguesias vizinhas do Vale do Homem, acrescentaram a O MINHO ambos os organizadores.