Dois homens estão acusados pelo Ministério Público (MP) de burlas e roubos a idosos em vários concelhos do Minho, como Esposende, Barcelos, Ponte de Lima, Cerveira e Arcos de Valdevez. Faziam-se passar por técnicos da Segurança Social para abordar as vítimas e roubarem-lhes ouro e dinheiro. Entre setembro e dezembro do ano passado, conseguiram, dessa forma, apoderar-se de 9.620 euros. Um terceiro indivíduo, que tem uma loja de compra e vendo de ouro, na Póvoa de Varzim, vai ser julgado por recetação.
Em despacho do passado dia 28 de junho, o MP imputa aos dois principais suspeitos, ambos em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, a prática de quatro crimes de burla qualificada, dois dos quais na forma tentada, de dois crimes de roubo qualificado e de três crimes de furto qualificado. Um deles responde igualmente por um crime de detenção de arma proibida.
O terceiro arguido está acusado de seis crimes de receptação.
“O Ministério Público considerou indiciado que dois arguidos, actuando em conjugação de esforços e vontades, de 28.09.2021 a 21.12.2021, nas localidades de Esposende, Barcelos, Touguinhó, Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira, Póvoa de Varzim e Arcos de Valdevez apoderaram-se, ou procuraram apoderar-se, de objectos de ouro e de dinheiro pertença de pessoas idosas de condição social modesta, desacompanhadas e muitas vezes fragilizadas por doença”, refere a Procuradoria-Geral Distrital do Porto.
Segundo o MP, os indivíduos percorriam de carro vários concelhos, à procura de idosos que encaixassem no seu perfil de atuação, entabulando conversa com os mesmos, na qual se intitulavam trabalhadores da Segurança Social, do Centro de Saúde ou de IPSS locais, a pretexto de ali estarem para indagarem elementos necessários para a satisfação de necessidades sociais ou de saúde desses idosos.
Na conversa, questionavam sobre ouro e dinheiro, apurando os locais onde os idosos guardavam tais bens, de que depois se apropriavam, levando-os a entregar-lhos ao engano ou tirando-lhos à força ou subtraíndo-lhos sem que os mesmos dessem conta.
O MP contabiliza na acusação apropriações de objetos de ouro e dinheiro, no referido período, no valor de pelo menos 9.620 euros.
A acusação acrescenta que os objectos de ouro eram depois canalizados por estes dois arguidos para um estabelecimento que se dedicava à compra e venda de ouro usado, na Póvoa de Varzim, onde o terceiro arguido, lhos adquiriu, a troco de quantias em dinheiro, sabendo que os mesmas tinham sido tirados aos legítimos proprietários.