O ex-candidato à liderança da comissão política nacional do CDS, Carlos Meira, de Viana do Castelo, anunciou esta terça-feira a desfiliação do partido, assumindo que irá afastar-se da política partidária.
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Ao fim de quase 20 anos com ligação ao partido, o ex-presidente do CDS de Viana e antigo candidato à Câmara tinha proposto “limpar” o partido com “baldes de lixívia” durante o debate ocorrido a 09 de janeiro deste ano na sede nacional do partido de centro-direita.
Eleições no CDS: Carlos Meira quer “baldes de lixívia” para “limpar” o partido
Carlos Meira realça a bagagem de “enorme e profunda aprendizagem” que acarreta consigo após duas décadas de atividade partidária, mas lamenta ter sido no CDS que conheceu “o pior da sociedade” e da “natureza humana”.
“Numa época em que qualquer um escreve livros, eu não vou escrever um livro, mas quem sabe se um dia não abrirei o livro”, escreveu na sua conta pessoal de Facebook.
Crítico da liderança de Assunção Cristas, Carlos Meira usou dois minutos e meio, nesse debate, para dizer que lhe apeteceu comprar “baldes lixívia” para limpar a sede do partido e desafiou João Almeida, na altura integrante da comissão executiva em funções, a dizer o que pensa de existirem funcionários do partido alegadamente sem receber salários.
E prometeu, num discurso exaltado, que só saía dali depois de ouvir a resposta de João Almeida, o que motivou protestos entre alguns militantes presentes.
Em março de 2018, durante o Congresso Nacional, lançou duras críticas a Assunção Cristas e falou de Viana do Castelo. “Há uma coisa que os nossos deputados e dirigentes nacionais têm de perceber. O partido não é deles, é nosso, das bases, e as pessoas hoje têm medo de dizer o que se passa nas concelhias e distritais”.
Carlos Meira criticava o facto de Assunção Cristas não ter visitado mais vezes Viana do Castelo ou o Alto Minho, puxando dos galões do avô, o famalicense Joaquim Nunes de Oliveira, que foi deputado a União Nacional. Na altura pediu “mais respeito” pelo distrito de Viana e assegurou que iria “lutar sempre” pelo distrito.
Mas, cerca de nove meses depois de ter sido derrotado nas urnas por Francisco Rodrigues dos Santos, o vianense achou por bem desfiliar-se dos centristas, prometendo, no entanto, continua a lutar pelo concelho e pelo distrito, através da participação cívica.