Declarações dos treinadores do Nacional e do SC Braga, no final do encontro da 21.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou com a vitória do Braga por 2-1, disputado no Estádio da Madeira, no Funchal:
Carlos Carvalhal (treinador do Braga): “Gostava de começar por dar um abraço aos familiares e aos amigos do Quintana e também ao FC do Porto. As nossas condolências por parte do grupo de trabalho profissional do SC Braga.
Podíamos ter logo marcado no primeiro minuto. Fizemos uma primeira parte extraordinária, fantástica. O Nacional não é uma equipa qualquer. Joga bem e eu vejo os jogos quase todos do Nacional e é uma equipa que gosto de ver jogar. É uma equipa difícil de ser batida. Nós estivemos a um nível muito alto e com muito mérito da nossa parte. Fizemos dois golos e, é uma verdade, com erros do guarda-redes do Nacional, mas tivemos, no mínimo, três oportunidades claras de conseguir marcar golos com o nosso mérito também. Podíamos ter sentenciado o jogo logo na primeira parte.
Evidentemente que esperávamos uma reação do Nacional na segunda parte. Entrámos bem na segunda parte e continuámos a controlar o jogo. O Nacional recolheu um pouco mais no seu meio-campo e tentou sair em transições e apostou numa pressão organizada e forte, para tentar ganhar bolas e sair na transição. Numa dessas situações fomos batidos.
A partir daí a nossa equipa teve argumentos para se defender bem, pois é uma equipa que também o sabe fazer muito bem. O Matheus apesar das bolas rondarem a baliza não fez uma grande defesa e acabámos por ter uma grande oportunidade, praticamente nos descontos, pelo Vítor, que poderia ter feito o 3-1. Fomos uns justos vencedores, que se ajusta pela diferença mínima, porque o Nacional também fez muito pela vida, principalmente na segunda parte.
Chegámos à final da Taça da Liga, estamos nas meias finais da Taça de Portugal, chegámos aos 16 avos de final da Liga Europa, onde caímos com uma grande equipa, como é a Roma, e estamos bem posicionados no campeonato.
Agora vamos fechar o dossier da liga e abrir o da Taça de Portugal. Temos um jogo já na quarta-feira, ou seja, vamos chegar a casa lá para as 03:00 da manhã, na terça-feira vamos ter uma unidade de treino e na quarta vamos jogar outra vez e isso tem sido a nossa vida”.
Luís Freire (treinador do Nacional): “Gostaria de explicar em primeiro lugar o que foi o jogo. Nós sabíamos que o Braga é muito forte em organização ofensiva, que ataca muito bem a profundidade e quisemos tirar essa profundidade. Quisemos condicionar o jogo entrelinhas e nas costas, onde eles são muito fortes. Queríamos ganhar a bola e sair para a frente e fazer o nosso jogo com bola e era essa a nossa intenção. Queríamos ser iguais a nós com bola e retirar os pontos fortes que o Braga tem.
Começamos logo a perder a bola aos 40 segundos e íamos dando o golo ao adversário. Mas, a partir daí, estivemos num bloco mais baixo e o Braga sem grande capacidade de entrar.
O 1-0 é um ‘balde de água fria’, até pela forma como acontece e acabámos por ter um momento de alguma desorganização. Tivemos alguma ansiedade de querer responder logo de uma forma direta ao golpe que levámos e acabámos por sofrer o segundo golo num pontapé longo, onde houve infelicidade do nosso jogador, mas isso eu sou o principal responsável. Eu é que tenho de assumir as coisas, quando não correm bem, não é o meu guarda-redes nem os meus jogadores.
Tivemos que nos mentalizar que não podíamos perder mais a cabeça, porque não dava para tentar dividir um jogo com esta intranquilidade lá atrás. Reorganizámo-nos e acabámos bem a primeira parte.
Ao intervalo, o que se pediu é que se jogasse o nosso jogo com bola, não concedendo aqueles espaços ao adversário e, quando estivéssemos todos juntos, pressionar o Braga, e foi isso que aconteceu. Fizemos o 2-1 e, até ao fim, foi a equipa que assumiu a iniciativa. Acabámos por ser penalizados por não fazer o 2-2.
O Braga também teve ocasiões, mandou bolas ao ferro, mas o Nacional, por tudo o que fez e pela capacidade de se reorganizar, com as contrariedades que teve, obrigando o Braga a fazer um tipo de jogo que não gosta, batendo longo, com o jogador a ficar no chão e depois já estava bom e com o guarda-redes a ir quase a meio-campo bater um pontapé e de ir a passo nos lançamentos.
A entrada do Róchez, que tem jogado muito bem, foi para ter mais presença na área, pois estávamos a conseguir ter bola e a chegar ao meio-campo ofensivo. Tínhamos que estar estáveis defensivamente e quebrar a pressão do Braga.”