O ensino nas escolas públicas e privadas recomeça, a partir de segunda-feira, mas desta vez em formato ‘online’. O Ministério da Cultura forneceu às escolas computadores, mas estes foram unicamente dirigidos aos alunos do ensino secundário. A Câmara de Braga compensou, com a distribuição de material, as carências dos anos letivos inferiores.
Contudo, a certeza que, segunda-feira, haverá alunos sem computador e alunos sem acesso internet é transversal às direções de diversos agrupamentos de escolas do concelho de Braga.
Agrupamento de Escolas Carlos Amarante
A escola Carlos Amarante, no centro de Braga, já distribuiu 205 computadores – número suficiente, para cobrir os alunos identificados pela Ação Social, com o escalão A e B, do ensino secundário.
“Estamos a fazer o melhor que podemos. A escola vai ficar aberta, para alunos e professores, que não possuam condições, nem equipamentos, para lecionar ou estudar a partir de casa”, comenta a diretora do Agrupamento de Escolas Carlos Amarante.
Hortense Santos salienta: “Ninguém quer o ensino à distância, mas neste momento é necessário. Compromete o trabalho de proximidade entre alunos e professores, as aulas práticas de determinadas unidades curriculares, como Física e Química, e o ciclo de ensino dos cursos profissionais fica comprometido, porque, neste momento, esses alunos deveriam estar a integrar, através de estágios, o mercado laboral”.
Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio
“Em último caso, se for comprovadamente necessário, entregaremos aos alunos, os computadores fixos da escola Alberto Sampaio”, afirma João Andrade, diretor desse agrupamento de escolas. A escola recebeu do Ministério da Educação 140 computadores, para distribuir pelos alunos do ensino secundário. A Câmara de Braga já havia fornecido 102 computadores e entregou, agora, mais 41, que estavam a ser utilizados pelos alunos das turmas em confinamento e serão redistribuídos, em função das novas prioridades.
“Os computadores que possuímos não serão suficientes, para todos os alunos, mas vamos tentar colmatar as falhas, ao longo da próxima semana. O problema maior não são os computadores, mas, na verdade, o acesso à internet. Distribuímos alguns hotspot mas são insuficientes. Vamos manter a Alberto Sampaio aberta, para alunos sem condições de aprendizagem em casa e, enquanto sede de agrupamento, iremos receber por dia 50 alunos sinalizados, com risco de abandono, ou níveis baixos de aproveitamento”, reflete a O MINHO o diretor do AESAS.
Agrupamento de Escolas de Maximinos
O Agrupamento de Escolas de Maximinos conseguiu, até ao momento, praticamente, aprouver todos os alunos necessitados. O diretor do agrupamento, Paulo Antunes, explica a O MINHO que “foram distribuídos 150 tablets e 212 computadores”.
“As prioridades foram claras, alunos doentes, em casa, escalão A e B. Ainda temos tablets disponíveis, para qualquer eventualidade. A escola secundária está a funcionar, para alunos com necessidades educativas especiais e para os pais, de alunos do 1.º e do 2.º ciclo, que não possam aderir ao teletrabalho e sejam obrigados a levar os filhos para a escola”.
O diretor da Escola Secundária de Maximinos reforça o mote: “A escola pública está cá sempre, para o que der e vier, sem deixar ninguém para trás”.
As cantinas irão funcionar nas escolas sede dos agrupamentos em regime take-away e, após um 1.º período turbulento, os corpos docentes dos agrupamentos encontram-se preparados tecnicamente e profissionalmente, para lecionar à distância.