Declarações após o jogo Boavista-Vitória SC (0-1), da quarta jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio do Bessa, no Porto:
João Henriques (treinador do Vitória SC): “O mais importante deste jogo é mesmo o resultado. Era fundamental iniciarmos este ciclo com uma vitória. Na primeira parte, fomos agressivos com e sem bola, criámos as melhores oportunidades e controlámos mais o jogo, algo que não conseguimos fazer na segunda.
No entanto, aí mostrámos aquilo que também temos de ser: solidários e competentes sem bola, tendo sempre como objetivo o resultado e procurando jogar o melhor possível. Se antes tivemos um futebol fluído e agressivo, aqui permitimos mais bola, tivemos de baixar as linhas e não fomos tão capazes de suster a posse do Boavista.
Fomos muito competentes no processo defensivo. Eles têm mais remates, mas nós igualámos nos remates enquadrados. Muitos remates não significam mais oportunidades, até porque na segunda parte a melhor foi nossa. Isso diz tudo sobre a tentativa de colocar em campo as nossas ideias em relação à semana de trabalho e vencer.
O Vitória é um clube habituado a ganhar e já estava há três épocas sem vencer aqui. Queríamos quebrar isso também e é um sinal de que estamos a querer quebrar situações que não são boas para o clube. Esta foi mais uma etapa, num jogo difícil e contra uma equipa organizada, competente e que também está à procura do seu espaço.
[estreia do Zié Ouattara] Foi fantástica. Surpreendemos na opção, mas quem trabalha com ele durante a semana sabe o que está ali. Estamos a criar uma família enorme e iremos aproveitar estes potenciais talentos que estão a ser trabalhados na academia. Foi uma semana de análise profunda disso mesmo e para nós não foi surpresa”.
Vasco Seabra (treinador do Boavista): “Fiquei agradado com a equipa, mas muito desiludido com o resultado. É um soco no estômago perante tudo o que fizemos no jogo. Provocámos 65% de posse e quase 20 remates. Empurrámos o Vitória de Guimarães para o seu último terço toda a segunda parte e ficou visível que fomos melhores.
Não achei sofrível, de todo [a primeira parte]. Fomos capazes de ligar o jogo, chegámos à frente e tivemos uma oportunidade clara para finalizar. Variámos por dentro e por fora, mas fomos mais intensos e agressivos na segunda parte. Quanto à falta de criatividade, tenho dúvidas de que nos outros jogos tenhamos feito mais remates.
[ausência do Angel Gomes] É óbvio que qualquer jogador com a qualidade dele faz falta. Seria inegável não referirmos a qualidade que ele acrescenta sempre ao jogo.
Pelos quatro jogos que desenvolvemos, merecíamos sair deste jogo, da Madeira e de Moreira de Cónegos com mais pontos. Naturalmente, estamos frustrados, mas sentir o grupo de trabalho ligado e convicto de que as coisas estão no caminho correto dá-nos a confiança suficiente para sentir que criaremos consistência no futuro com vitórias.
A primeira vitória vai retirar-nos essa tensão acumulada. Quando a procuramos como temos feito, sentimos que ela vai acontecer. Não duvidamos que esse ‘clique’ nos vai encaminhar para um campeonato longo, em que pontuaremos muitas vezes seguidas e sob um caminho de vitórias muito grande e de acordo com o nosso rendimento coletivo.
[ausência do Bracali] Teve a ver com um impedimento devido à covid-19. O jogador não está infetado, mas foi simplesmente uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), que impediu o jogador de estar presente na ficha de jogo”.