Quatro empresários da indústria têxtil e três contabilistas certificados foram esta quarta-feira detidos pela diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) na sequência do cumprimento de 32 mandados de buscas em diversos concelhos da região Norte, entre os quais Guimarães e Ponte de Lima.
Estas buscas surgem na sequência de um inquérito titulado pelo Ministério Público (DIAP de Paredes), desenvolvido em equipa mista com a Direção de Finanças do Porto, pela presumível prática dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal qualificada, fraude na obtenção de subsídio, branqueamento e falsidade informática.
No decurso das mesmas buscas foi também detido um outro empresário pelo crime de detenção de arma proibida.
Em comunicado enviado às redações, a PJ, que apelida a operação como “Operação Trapos”, refere que as buscas domiciliárias e não domiciliárias foram realizadas nos concelhos do Porto, Penafiel, Maia, Matosinhos, Viseu, Guimarães, Marco de Canaveses, Ponte de Lima, Trofa e Gouveia.
De acordo com a PJ, as suspeitas correspondem a faturação falsa entre empresas dominadas pela organização, defraudando o Estado, mediante a diminuição do lucro tributável e a dedução indevida do IVA.
“Encontra-se ainda indiciada a prática de candidatura e obtenção fraudulenta de subsídios, bem como a utilização desses proventos em benefício das empresas e, igualmente, na aquisição de bens, móveis e imóveis”, refere a PJ.
Na sua globalidade, estima-se uma vantagem patrimonial ilegítima superior a 7,5 milhões de euros.
Na operação policial, envolvendo 80 investigadores e peritos financeiros e informáticos da Diretoria do Norte, com a participação da Diretoria do Centro e do Departamento de Investigação Criminal da Guarda, e 37 elementos da Autoridade Tributária, foi apreendido numerário, bem como material informático e documentação diversa de possível alcance probatório.
Os detidos foram presentes à competente autoridade judiciária, tendo sido aplicadas as medidas de coação de proibição de contacto entre os arguidos, de proibição do exercício de profissão no caso dos contabilistas certificados, de apresentações periódicas e cauções, tendo ainda sido determinado o arresto de 9 imóveis.