A Associação Empresarial do Minho (AEMinho), com sede em Braga, pronunciou-se, hoje, sobre a “Agenda do trabalho digno e de valorização dos jovens no mercado de trabalho”, afirmando que “mais não é do que um lote de medidas aleatórias que não resolvem nem definem um caminho estruturado, que garanta uma progressão efetiva em matéria de trabalho”.
“Este caminho não é possível com o Estado a levar metade do rendimento dos trabalhadores para suportar décadas de más decisões políticas que custam milhões aos portugueses. As empresas do Minho estiveram, estão e estarão na primeira linha no contributo para esta causa, no entanto é essencial perceber que o Estado tem de reduzir os impostos sobre o trabalho de forma a disponibilizar mais recursos económicos aos trabalhadores que na verdade são seus, que na verdade são pagos pelas empresas, mas são levados pelo Estado”, diz, em comunicado, o presidente do organismo, Ricardo Costa.
O empresário acrescenta que, “se para isso for necessário aumentar a tributação dos lucros das empresas, assumam-no e façam-no, mas nós não podemos ser competitivos a pagarmos valores elevados para os trabalhadores receberem valores reduzidos. Este não é caminho do crescimento”.
Para a Associação, “o endurecimento da relação laboral com medidas demagógicas não vai dignificar o trabalho, não vai criar melhores oportunidades para os jovens, apenas vai maquilhar um problema que é estrutural e de conceito, protelando a sua resolução”.
E prosseguindo, acentua: “Nós batemo-nos por salários dignos, numa economia pujante e em rota de crescimento, em que todos evoluam no ecossistema empresarial, a começar pelos próprios trabalhadores. Este caminho só é viável com o foco no crescimento económico, com uma responsabilidade social bem enraizada nas empresas e nos empresários, com salários que permitam às pessoas acompanharem a subida dos preços”.
Populismo
A AEMINHO classifica, ainda, como “populista, a comparação com países que não partilham da nossa realidade socioeconómica, como os países nórdicos, e que, além de enganadora para os portugueses, traduz um erro dramático na formulação de leis e políticas de emprego, que irão ter um impacto extremamente negativo na relação dos trabalhadores com as empresas e vice-versa”.
E, a concluir, observa: “Não podemos definir medidas estratégicas para o país movidos pelo maior ou menor desgaste do governo ou de qualquer outro órgão de soberania. Como sempre defendemos, esta é matéria que devia, inclusive, ser objeto de um pacto de regime entre os principais partidos do arco da governabilidade de forma a proteger este setor estrutural dos ciclos e interesses político partidários”.