Aproveitando a celebração do Dia do Pai, o Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, lançou o “Projeto Árvore da Vida para Nascer”, onde a partir da placenta, os pais são convidados a criar um objeto artístico para recordar o momento do parto.
“É um órgão carregado de simbolismo, porque se forma para proteger e alimentar o bebé”, aponta a O MINHO a enfermeira da maternidade do HSOG, Lisete Veiga.
No projeto que é agora lançado, os pais são convidados a fazer um carimbo com a placenta, como forma de criar uma imagem que servirá para mais tarde recordar.
“A placenta é previamente preparada, é colocado sobre pelicula absorvente, é limpa e desinfetada, depois é virada do lado da face que está, durante nove meses, em contacto com o bebé. O pai é convidado a escolher as cores, a pintar a placenta e o cordão umbilical que são depois colocados sobre uma folha branca A3, dando origem a uma imagem que se assemelha a uma árvore”, descreve a enfermeira.
Esta possibilidade é apresentada aos casais durante as consultas de plano de nascimento.
Trata-se de uma iniciativa inovadora, nas maternidades públicas portuguesas, “embora em outras culturas seja vulgar e haja até outros rituais ligados à placenta”, esclarece Lisete Veiga.
Plantar uma árvore com a placenta, por exemplo, é um ritual conhecido entre os Maori, da Nova Zelândia, os nativos do Havai, alguns povos nativos da América do Norte e da Costa Rica, mas tem-se vulgarizado no mundo Ocidental.
Humanizar o parto e respeitar a vontade dos pais é o objetivo
“Mesmo antes deste projeto arrancar, já era prática da nossa maternidade, dar à mãe a oportunidade de ver a placenta. Sempre que possível até simulamos a placenta fechada e explicamos-lhe que foi ali dentro, envolvido em líquido, que esteve o bebé. Faz parte do respeito pelo momento do parto”, expõe a enfermeira.
Há casais que não aderem, reconhece Lisete Veiga, “o importante é respeitar a vontade de cada um, para alguns pais tem um simbolismo e nós estamos preparados para ajudar”.
É mais uma prática alinhada com a humanização dos cuidados que a maternidade do HSOG tem vindo a promover. “Há pais que não querem tampouco cortar o cordão umbilical e temos que respeitar isso também”, acrescenta. Quando os pais não aderem ao projeto a placenta é imediatamente rejeitada para inceneração.
Entretanto, a adesão, no período experimental tem sido elevada, avança Lisete Veiga, “todos querem experimentar”. No período pré-lançamento, para o treinamento da equipa já foram feitas cerca de “árvores da vida”.
Integrado também nas comemorações do Dia do Pai, o HSOG vai oferecer a cada pai uma impressão da sua mão e do pé do seu bebé num azulejo comemorativo.
Paralelamente é inaugurada uma exposição fotográfica alusiva à data, onde se retrata o envolvimento do pai no momento do nascimento.