Leonel Costa, o dono de Bobi, a quem o Guinness tirou, pelo menos provisoriamente, o título de cão mais velho do mundo, por suspeitas levantadas quanto à sua longevidade, já se manifestou sobre o caso, acusando “um grupo de ‘parasitas’ ligados ao mundo veterinário” que “não querem que se dê comida natural aos animais”.
Em comunicado citado pelo jornal Observador, Leonel Costa diz que nada lhe foi transmitido pelo Guinness: “Nem agora, nem em outubro, quando circularam as notícias de que a instituição ia voltar a investigar a idade do Bobi. Fui, aliás, sempre eu que tive de o consultar [a organização] para perceber o que se passava”.
“Nada foi por acaso e tudo teve um único propósito que se chama ‘negócios das alimentações processadas para animais’“, acusou o dono de Bobi, acusando a “elite do mundo veterinário” de ter tentado “passar a ideia de que a história de vida de Bobi não era verídica”, porque o animal “teve uma longa vida a comer alimentação natural, bem como a receber vacinas apenas essenciais e um estilo de vida que proporcionou a sua longevidade”.
“O Bobi, assim como outros animais deste mundo, prova que comer rações não é sinal de maior qualidade de vida”, defende Leonel Costa.
Família suportou todos os custos
Já de acordo com a SIC, a família terá suportado todos os custos associados ao processo de comprovação da idade do animal, que morreu aos 31 anos, em outubro de 2023.
“Quero voltar a mencionar que em momento algum existiram quaisquer contrapartidas financeiras ou de outra forma na atribuição destes reconhecimentos. Aliás, houve, sim, uma série de custos por nós a suportar, para comprovar tudo junto da prestigiada instituição Guinness World Records, desde consultas e exames com especialistas e envio de toda a documentação para o processo”, assegurou.
E conclui: “Não tenho nada contra as comidas processadas. Inclusive, tenho vários gatos e dou-lhes um misto de comida natural com comida processada, algo que estas pessoas não aconselham. Obviamente não querem que se dê comida natural aos animais porque, assim, os seus lucros serão bem menores”.
Veterinários levantaram suspeitas
Como O MINHO noticiou, o Guinness retirou, pelo menos temporariamente, o título de cão mais velho atribuído a Bobi, cão português que terá vivido 31 anos.
Em causa, as suspeitas levantadas por diversos veterinários relativamente à sua verdadeira idade, que seria “equivalente a um humano viver 200 anos”. Até a investigação estar concluída, o título está suspenso.
“Enquanto a nossa investigação está em andamento, decidimos suspender temporariamente os títulos de ‘cão mais velho vivo’ e ‘cão mais velho do mundo’, até que tudo seja apurado”, disse fonte do Guinness Book ao jornal inglês The Times.
Recorde-se que Bobi morreu, em outubro do ano passado, supostamente com 31 anos.
Como O MINHO noticiou, em fevereiro de 2023, Bobi entrou para o Guinness World Records como o cão mais velho do mundo.O animal, companhia da família Costa, vivia em Conqueiros, Leiria. Terá nascido em 11 de maio de 1992.
É um “rafeiro alentejano puro”, que é “uma raça de cão de guarda de gado com uma esperança média de vida de 12-14 anos”.
Bobi bateu o recorde – já com quase um século – do cão mais velho de sempre, que era de um cão australiano que viveu entre 1910 e 1939 (morreu com 29 anos e cinco meses).
O cão e outros três cachorros nasceram num barracão onde a família guardava lenha. Devido ao elevado número de cães, o pai de Leonel decidiu que eles não podiam manter os recém-nascidos.
“Infelizmente, naquele tempo, era considerado normal pelas pessoas mais velhas que não podiam ter mais animais em casa enterrá-los num buraco para que eles morressem”, contava Leonel.
No dia a seguir ao nascimento, os pais de Leonel aproveitaram a ausência temporária de Gira, a mãe dos cachorros, para os levar. Só que Bobi ficou para trás.
Quando Leonel e os irmãos perceberam que Gira continuava a visitar o barracão, verificaram que o cão estava vivo e os pais não tiveram outra escolha senão acolhê-lo na família.
Leonel acreditava que o segredo da longevidade de Bobi deve-se ao facto de viver em liberdade, ser bem alimentado e amado.
O cão passava os seus dias no quintal da família, com quatro gatos.
Após o falecimento do cão, o jornal The Times deu conta de que diversos veterinários levantavam dúvidas sobre a longevidade de Bobi.
Consequentemente, o Guinness abriu uma investigação e, agora, anuncia que, até que esta esteja finalizada, o título está suspenso.