A Polícia Judiciária (PJ) de Braga deteve ontem, com a colaboração da GNR, fora de flagrante delito, o presumível autor de quinze incêndios florestais, ocorridos entre os dias 23 de agosto e 02 de setembro, em várias freguesias de Vila Verde.
“Durante aquele período de tempo, várias freguesias do concelho de Vila Verde foram atingidas por uma onda simultânea de incêndios florestais, anormal e nunca vista na região, causando o pânico entre as populações locais”, salienta a PJ.
Além dos bombeiros de Vila Verde, acorreram ao combate aos incêndios outras corporações de bombeiros vindas de Amares, Barcelos, Barcelinhos, Viatodos, Braga, Terras de Bouro, Vizela e Vieira do Minho, estando no “teatro de operações”, no pico dos incêndios, um total aproximado de 160 operacionais, apoiados por cerca de 50 viaturas e sete meios aéreos.
A”pesar deste enorme dispositivo de combate, a ocorrência de vários incêndios consecutivos e distantes uns dos outros, obrigou a uma grande dispersão de meios, situação que colocou em perigo várias residências, pela dificuldade de alocação de meios para as proteger com a rapidez necessária”, refere a PJ.
O comunicado refere que, “embora não exista ainda uma estimativa real da área consumida pelos incêndios, esta ultrapassará os 300 hectares de floresta, constituída principalmente por eucaliptos, pinheiros e mato”.
Nove incêndios deflagram num curto período de tempo em Vila Verde
Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se em zonas com condições de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente.
O detido, de 36 anos, sem ocupação profissional, fazendo uso de viatura própria, terá recorrido a chama direta para as respetivas ignições e atuou motivado por incendiarismo. A PJ presume que o arguido seja autor de várias outras ocorrências semelhantes.
É hoje presente à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.