Uma ação de despejo, protagonizada entre dois irmãos, no Parque Industrial de Celeirós obrigou à presença da GNR de Braga, para a manutenção da ordem, enquanto decorriam diligências de um agente de execução, contratado pelo empresário Custódio Correia, que tem uma ordem judicial nesse sentido, visando o seu irmão mais velho, António Correia.
Na origem do diferendo, que tem levado a GNR a ser chamada diversas vezes, durante os últimos meses, está um acordo de princípios entre Custódio Correia e António Correia, já celebrado entre ambos em 2013, tendo em conta a divisão de património dos dois irmãos, devido à troca de participações nas empresas Arlindo Correia & Filhos SA e a Socicorreia.
O acordo entre os dois irmãos, que deixou de fora um terceiro irmão e sócio, José Correia, deu lugar a uma procuração, outorgada por Custódio Correia a António Correia, mas que acabou cancelada por Custódio, alegando que António venderia bens imobiliários com as escrituras respetivas, processando-o, numa ação de prestação de contas, cujo julgamento está a decorrer, no Tribunal Cível de Braga, mas que foi adiado, devido a estes incidentes.
Custódio Correia afirmou, logo na primeira sessão do julgamento, “apenas querer aquilo que é meu”, referindo à juíza ter “deixado” o irmão António vender os bens da Socicorreia para desse modo a Arlindo Correia & Filhos (ACF) poder pagar a prestação de serviços e o fornecimento de materiais, assim como ao Fisco e à Segurança Social, mas no final, “teria a pagar o preço” à Socicorreia dos terrenos e imóveis que vendeu com a procuração.
António Correia alega que apenas vendeu os bens que eram de si próprio, com base nesse mesmo acordo de princípios de divisão do património, celebrado com Custódio Correia, a 2 de abril de 2013, com um aditamento, em 23 de abril do mesmo ano, afirmando nunca ter vendido senão aquilo que lhe pertencia e por isso não faz sentido ter sido processado, pois será ele o credor de obras que executou ao irmão Custódio e que não terão sido pagas.
Por outro lado, José Correia contesta o seu afastamento unilateral de ambas as empresas e viu o Supremo Tribunal de Justiça dar-lhe definitivamente razão, considerando ter sido ineficaz a sua exclusão da sociedade, pelo que mantém as suas quotas de um terço, assim como os seus dois irmãos, Custódio Correia e António Correia, estando em causa ainda a sua participação societária na Sociparque, que se dedica a estacionamento, em Vila Verde, mas mantendo Custódio a versão segundo a qual a Socicorreia e a Sociparque são só suas.