O aumento do desemprego nos setores tradicionais levou a um aumento “muito significativo” da mão-de-obra no artesanato certificado, que é agora “polo de empregabilidade”, explicou o presidente da Associação para o Desenvolvimento Regional (ADERE) do Minho.
“Sem dúvida que há uma ligação entre o aumento do desemprego provocado pela crise que o país vem a atravessar e o aumento da mão-de-obra para o artesanato”, defendeu o responsável, apontando o “caso” do bordado de Guimarães como exemplo.
“Em 2012 havia apenas quatro bordadeiras. Hoje há 17 oficinas num total de 37 bordadeiras”, referiu, pelo que, salientou, “o artesanato é hoje em dia um polo de empregabilidade”.
À margem da apresentação dos vencedores do décimo concurso INOVARTE, Abílio Vilaça apontou a falta de verbas para a formação como uma das “maiores dificuldades” da ADERE no presente.
No ano em que a ADERE Minho comemora os 25 anos, Abílio Vilaça destacou a certificação da vila braguesa e do traje de Viana do Castelo como “desafios” apontando como caminho para a associação a “aposta na certificação e formação de artesãos, assim como trabalhar os domínios da qualificação das artes e ofícios e da cultura popular”.
Como principal dificuldade, o responsável apontou a falta de recursos: “Temo-nos debatido com redução dos fundos comunitários de apoio a programas de formação. Temos que nos ficar pelas disponibilidades nacionais e estas são limitadas”, disse.
O décimo concurso INOVARTE, cujo tema era o 25º aniversário da ADERE Minho, foi ganho pelos artesãos Irmão Baraça, com um multicandelabro de 25 velas, tendo ficado em segundo lugar uma obra, figurado de Barcelos, que conta o percurso da associação.
A concurso estiveram 185 obras, das quais 32 foram premiadas.