A empresa que explora atualmente a Casa dos Coimbras, em pleno centro histórico de Braga, construíu um miradouro feito em ferro, sem licença camarária, para que os bracarenses e os turistas possam ver parte da cidade do alto, desde que pagando um bilhete de acesso para verem também a casa e a capela, datadas do século 16.
A capela, datada de 1525, e a Casa dos Coimbra, são propriedade de uma família de Braga que reside no Porto, e estão classificadas como Património Nacional desde 1910.
Ao que apurou O MINHO, os serviços de fiscalização da Câmara de Braga estiveram ontem naquele espaço e confirmaram a construção ilegal da estrutura em ferro. O próximo passo deverá ser a demolição e uma coima.
“Em princípio, e como é imóvel de interesse histórico, a estrutura não é licenciável”, disse fonte camarária.
Segundo um morador da zona, freguesia de São João do Souto no centro histórico da cidade, também na porta da Capela dos Coimbras, que outrora abria apenas duas vezes por ano, foi colocado um torniquete para impedir a entrada das pessoas, sem o pagamento do bilhete de acesso a todo o conjunto.
“Os turistas vêm a Braga para conhecer o seu património e sabem do interesse da Casa, nomeadamente pelos traços de arquitetura manuelina que ainda mantém. Faziam fotografias da fachada, mas, agora, quando o fazem, apanham o torniquete e um cartaz verde colocado no local, o que é feio”, lamenta o cidadão.
Os moradores anseiam, também, pela reconstrução da entrada da casa, a qual, a olhos vistos, se vê que está degradada e ameaça ruína, tendo por isso sido colocados alguns esteios para a suster.
O MINHO contactou a Casa dos Coimbras, mas, até ao momento, não conseguiu obter qualquer esclarecimento sobre o miradouro e o torniquete.
O espaço inclui uma casa-museu, a capela e um jardim, onde funciona um bar-restaurante.
A empresa que explora o conjunto patrimonial revela que o primeiro ano de atividade, que terminou em julho, ‘rendeu’ 12.500 visitantes.