A CP disse hoje que “não está prevista”, no “curto prazo, qualquer alteração da oferta comercial” do comboio Celta entre Porto e Vigo, embora esteja a monitorizar “a evolução da procura”, que em 2022 superou os 110 mil passageiros.
“Relativamente ao aumento da frequência do comboio Celta, não está prevista qualquer alteração da oferta comercial a curto prazo”, indicou a CP – Comboios de Portugal numa resposta escrita enviada à Lusa, a propósito dos 10 anos do comboio Celta entre Porto e Vigo, na Galiza, Espanha.
O comboio Celta tem “duas circulações por dia de cada lado”, com partidas do Porto – Campanhã às 08:13 e às 19:10, e com partidas de Vigo às 08:58 e às 19:56, afirmou a CP.
A CP assinala que tem apostado na ligação “através de campanhas promocionais, o que tem gerado um aumento substancial de passageiros”.
Por isso, está a ser monitorizada “a evolução da procura com o objetivo de antecipar necessidades de aumento de frequência ou do número de lugares oferecidos”.
Em 2014, o primeiro ano a funcionar em pleno, o Celta transportou 58.377 passageiros, de acordo com dados fornecidos pela CP.
Em 2022, foram transportados 110.990 passageiros e, até agosto de 2023, foram contabilizados 76.500 passageiros.
O período do ano com “maior procura” verifica-se “entre março e agosto”, indica a CP, dizendo tomar em consideração o ano de 2022, uma vez que o de 2023 “teve o efeito das greves”.
“A média/dia é de 280 passageiros para quatro comboios, o que dá cerca de 70 passageiros por comboio”, observou a empresa.
A CP revelou ainda estar a “desenvolver um novo ‘site’ e uma nova aplicação móvel”, prevendo que passe a ser possível comprar bilhete para o comboio Celta diretamente na página da Internet da CP, “sem necessidade de redirecionamento para a ‘homepage’ da Renfe”.
Com partidas diárias, o comboio Celta, que é operado pela CP em conjunto com a Renfe, iniciou a atividade em julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.
O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular lamentou na sexta-feira que o comboio Celta, entre Porto e Vigo, seja uma “solução provisória” com 10 anos, reclamando que Espanha altere a tensão da ferrovia entre Guillarei e Tui para melhorar a ligação Portugal-Galiza.
Funcionando com “alguns atrasos” e duas frequências diárias em cada sentido (de manhã e ao fim da tarde), o comboio Celta “é muito procurado” por não existirem “alternativas” na ferrovia, nomeadamente para a ligação entre cidades intermédias, que também não vão ficar servidas com a ligação de alta velocidade, alertou o secretário-geral da organização intermunicipal transfronteiriça que junta atualmente 39 concelhos do Norte de Portugal e da Galiza.
Também o diretor geral de Relações Exteriores e com a União Europeia da Xunta da Galícia, Jesús Gamallo Aller, reclamou na sexta-feira “um verdadeiro comboio transfronteiriço, competitivo”, com paragens que sirvam empresários e trabalhadores do Alto Minho e daquela região espanhola.